A atual gestão dos recursos hídricos no semi-árido brasileiro é carente em informações acerca de métodos que busquem a otimização do uso de suas águas, sendo estas de fundamental importância tendo em vista o grave panorama vivenciado em relação à disponibilidade hídrica. Buscando analisar e compreender o comportamento das variáveis hidrossedimentológicas na região semi-árida, é cada vez mais comum o estudo em bacias experimentais. Neste contexto, o trabalho apresenta a instrumentação de uma bacia experimental no semi-árido alagoano, com ênfase no monitoramento dos processos hidrossedimentológicos. O estudo foi desenvolvido em sua totalidade a partir de subsídios provenientes de monitoramento dos processos hidrossedimentológicos em campo, tendo como objetivo geral quantificar a produção de sedimentos em duas diferentes escalas de unidades experimentais: parcelas e microbacia. A microbacia selecionada possui área contribuinte de 0,183 ha, e declividade média de 6,5%, sendo construída no exutório uma fossa de sedimentos para coleta do deflúvio superficial. Em outra área foram instaladas três parcelas, possuindo 3 m² cada, em um terreno com declividade média de 13%. O monitoramento nas parcelas se deu a partir de chuva simulada, sendo o simulador calibrado para produzir chuvas intensas específicas para cada uma das parcelas. Em relação à cobertura do solo, a microbacia foi estudada em condição de solo descoberto, enquanto que nas parcelas foi realizado o plantio de milho cultivado morro abaixo por ser bastante usual na região. A produção de sedimentos na microbacia e nas parcelas foi calculada a partir de coletas do material escoado superficialmente. Os dados observados possibilitaram correlacionar a produção de sedimentos com variáveis relacionadas com a chuva total e efetiva. Foi observada uma tendência de crescimento da produção de sedimentos em função do aumento do escoamento superficial tanto para os eventos monitorados na microbacia quanto para o monitoramento realizado nas parcelas. Nas parcelas, a proteção do solo exercida pelo cultivo do milho proporcionou uma redução na produção de sedimentos para todas as intensidades pluviométricas simuladas.