A presente pesquisa tem por intenção investigar como as crianças veem e narram os espaços
públicos de brincadeira na cidade de Tubarão/SC. Foi realizada com um grupo de 15 crianças,
10 meninas e 5 meninos, com idade entre 8 a 10 anos, de diferentes classes sociais, escolas e
bairros da cidade de Tubarão/SC. O estudo apresenta uma pesquisa de campo com abordagem
qualitativa, utilizando como instrumento metodológico a escrita de uma carta pelas crianças
que procura dar visibilidade ao olhar das mesmas sobre espaços públicos de brincadeira de
sua cidade. Na análise, apostou-se no diálogo com os seguintes autores: Tonucci (1996), Ariès
(1981), Brougère (2001), Friedmann (1996), Sarmento (2008), Corsaro (2005), Santos (1988).
Como resultado, identificou-se que as crianças sabem o que é um espaço público de
brincadeiras, mas, muitas vezes, esses são percebidos por elas como inadequados e perigosos.
As crianças expressaram o desejo de encontrar mais espaços de brincadeira em sua cidade e
suas principais reivindicações são limpeza, segurança e gratuidade a esses locais. Destaca-se a
importância de um olhar sensível e uma escuta atenta às crianças, para poder inventar outras
formas de lidar com os equipamentos, praças, árvores, carros, prédios, ruas, enfim, com os
espaços públicos de brincadeira de toda a cidade. As crianças são sujeitos de direitos e
capazes e, por isso, devem ser consideradas nas discussões e rumos nas cidades em que
habitam. Acredita-se que, juntos, adultos e crianças poderão criar soluções para viver em um
lugar de liberdade, curiosidade, movimento. Um lugar que oportunize encontrar, brincar e
fazer amigos.