Este trabalho tem como objetivo compreender o papel do medo na sociedade contemporânea, em especial, a situação singular sobre as fontes do medo vivenciado por ex-professores e ex-alunos a partir de suas experiências em uma cidade do interior de Minas Gerais, manifestas no Grupo Escolar José Gonçalves de Melo de Itaúna, nos anos iniciais da década de 1950. Essa escola foi edificada onde outrora existiu o segundo cemitério da cidade, construído pelos frades barbôneos, seguindo os princípios e tradições cristãs, ou seja, onde outrora existiu uma morada definitiva dos mortos que ali aguardam a ressureição, passou aquele espaço, a abrigar uma escola. Para compreensão do medo, contribuíram para a demarcação teórica estudos, pesquisas e reflexões multidisciplinares realizadas por autores como: Azevedo, Bauman, Beck, Delumeau, Duby, Elias, Kehl, Mira y Lopes e outros. O desenvolvimento da pesquisa e a elaboração da redação da tese possibilitou compreender as diferentes produções teóricas acerca das fontes do medo, o que apresentamos como possíveis marcos analíticos do fenômeno medo, inclusive, no campo da educação. Na presente pesquisa, pretende-se conhecer os dois modos da imposição do medo, conforme mostraram os teóricos do tema: o medo, enquanto sentimento mobilizador de energias vitais manifestado nos diferentes estímulos e, segundo, o medo presente nos diferentes episódios em que os indivíduos são levados a sentir medo a partir de uma situação imaginada. Para verificar as orientações (re)passadas para os docentes do Grupo Escolar José Gonçalves de Melo procedeu-se a Análise dos Discursos presentes no interior da escola registradas no Primeiro Livro de Atas de Reuniões Pedagógicas. Foram realizadas entrevistas com os sujeitos possibilitando verificar suas representações sociais que, mesmo tendo passado mais de sessenta anos, guardam na memória experiências vivenciadas sobre o medo. Por fim, concluiu-se que o medo ainda perdura e está registrado no imaginário dos entrevistados, apresentado na presente pesquisa sob a forma do Discurso do Sujeito Coletivo.