A pesquisa que originou esta tese pode ser classificada como um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa. O objetivo deste trabalho consistiu em analisar o nível de estresse, os principais sintomas, as fontes de tensão no trabalho e os mecanismos de regulação que envolvem as gestoras do Pólo Industrial de Manaus. Foram analisadas 158 gestoras. O questionário aderente ao Modelo Teórico de Explicação do Estresse Ocupacional em Gerentes (MTEG), desenvolvido por Zille (2005), foi adaptado para este estudo e utilizado como instrumento de coleta de dados. Os softwares Excel e SPSS – Statistical Package for the Social Sciences foram utilizados para a análise dos dados. Também foram realizadas duas sessões de focus group com 17 gestoras, cujas discussões foram analisadas com base na análise do conteúdo. Os resultados evidenciaram que 46,84% das gestoras pesquisadas apresentaram ausência de estresse ocupacional; 16,46%, nível de estresse leve a moderado; 31,01%, nível de estresse intenso; e 5,70% nível de estresse muito intenso. Os principais sintomas de estresse detectados foram: ansiedade, fadiga, dor nos músculos do pescoço e ombros e dor de cabeça por tensão. As principais fontes de tensão excessivas existentes no ambiente de trabalho foram: realização de várias atividades ao mesmo tempo, com alto grau de cobrança; execução de trabalho complexo, e sobrecarga com a tecnologia. As principais fontes de tensão do indivíduo diagnosticadas foram: pensar e/ou realizar frequentemente duas ou mais coisas ao mesmo tempo, com dificuldade de concluí-las, mesmo quando não há exigências para tal; levar a vida de forma muito corrida, realizando cada vez mais trabalho em menos tempo, mesmo quando não há exigências para tal; não conseguir desligar-se do trabalho, e ter o dia muito tomado com uma série de compromissos assumidos, com pouco ou nenhum tempo livre. Também foram analisadas as fontes de tensão específicas do trabalho da gestora, constatando-se como principais: ser mulher e gestora e ter que conciliar as demandas da casa potencializa o nível de tensão; receber apoio da família em relação ao trabalho; ser mulher e gestora e ter demandas em relação à educação dos filhos potencializa o nível de tensão, e ser mulher e gestora gera maior nível de exigências e cobranças por parte dos superiores/organização. Os mecanismos de regulação mais utilizados para enfrentar as situações tensionantes foram: possibilidade de descansar, de forma regular, nos feriados e finais de semana; experiência pessoal na solução de dificuldades no trabalho; possibilidade de gozar as férias regularmente; cooperação entre os pares (gestores), e encontrar tempo para relaxar/descansar. Neste estudo, foi possível constatar que as gestoras que trabalham de 51 a 50 horas semanais apresentaram alta proporção de estresse leve a moderado e aquelas que trabalham mais de 60 horas semanais apresentaram as maiores proporções dos níveis de estresse intenso e muito intenso, indicando que quanto mais horas são trabalhadas pelas gerentes além de sua jornada de trabalho, mais chance de desenvolver algum nível de estresse. Também houve associação entre as variáveis horas reais trabalhadas semanalmente, hábito de fumar e problema de saúde, com o estresse ocupacional.