Na aquicultura, derivados da soja têm sido reconhecidos como fontes proteicas alternativas
mais adequadas para produção de dietas. Contudo, fatores antinutricionais que podem gerar
efeitos negativos sobre o crescimento dos peixes. O processamento da soja permite a obtenção
de Farelo de soja (FS) e produtos mais refinados, como o Concentrado Proteico de Soja
(CPS). Diante disso, neste estudo avaliamos os efeitos da substituição de farinha de peixe
(FP), pelo CPS e pelo FS em dietas para juvenis de pirarucu, sendo avaliado o desempenho de
crescimento, a atividade das enzimas digestivas, a morfologia intestinal e hepática dos peixes.
Foram realizados dois experimentos em períodos distintos, ambos com duração de 60 dias. O
primeiro realizado em 2019, utilizando 132 pirarucus juvenis em três tratamentos (FP, CPS e
FS) e quatro repetições. Os animais alimentados com a dieta FP apresentaram em média o
maior ganho de peso e taxa de crescimento específico diferindo estatisticamente das dietas
com farelo de soja e concentrado proteico de soja. Enquanto, a conversão alimentar aparente
apresentou melhores valores nos tratamentos CPS e FS. Para os valores de índice
hepatossomático (IHS), índice viscerossomático (IVS) e índice estomagossomático (IES) não
houve alterações significativas entre os tratamentos. Pelas análises histológicas do fígado e do
intestino dos peixes foram evidenciadas alterações hepáticas e intestinais nos tratamentos CPS
e FS. Já no segundo experimento realizado em 2021, substituindo farinha de peixe por
concentrado proteico de soja em níveis crescentes (0 (0%), 11,2 (25%), 22,5 (50%), 33,7
(75%) e 45 (100%)), foi observado que os animais alimentados com as dietas 0 e 11,2
apresentaram em média o maior ganho de peso e taxa de crescimento específico. Enquanto, a
conversão alimentar aparente apresentou maiores valores nos tratamentos 22,5, 33,7 e 45. Os
valores dos índices hepatossomático (IHS), índice viscerossomático (IVS), índice
intestinossomático (IIS), e índice estomagossomático (IES) evidenciaram alterações
significativas entre os tratamentos. Pelas análises histológicas do fígado e do intestino dos
peixes apresentaram dano hepático e alterações nas vilosidades intestinais nos tratamentos
22,5, 33,7 e 45. Em relação as atividades enzimáticas mudanças foram observadas a partir do
aumento do nível de substituição de farinha de peixe por concentrado proteico de soja. Porém
a de 11,2 de concentrado proteico de soja na dieta promoveu um bom desempenho de
crescimento e não afetou a morfologia hepática e intestinal.