A utilização da farinha de insetos na alimentação de peixes de cativeiro vem conquistando cada
vez mais espaço na piscicultura ornamental. Os marcos regulatórios sobre o uso na nutrição
animal, comprovações científicas acerca do potencial nutritivo, por ser um ingrediente
alternativo aos tradicionais que têm altos preços e oferta instável para uso em rações aquícolas
são alguns dos pontos que solidificam sua aplicabilidade. Porém ainda não existem informações
sobre os efeitos da substituição de farelo de soja pela de farinha de inseto em dietas no
desempenho de Heros severus. Perante o exposto, o objetivo do estudo é avaliar o desempenho
produtivo e a histomorfometria intestinal de alevinos de acará severo alimentados com dietas
contendo níveis de substituição de farelo de soja pela farinha de inseto (Gromphardorhina
portentosa). Cinco dietas foram formuladas e apresentaram 40,18 ± 0,12% de proteína bruta e
4.120,49 ± 1,70 kcal/kg de energia bruta. Foram formuladas com níveis crescentes de 0, 7, 14,
21 e 28% de farinha de barata de Madagascar em substituição ao farelo de soja, apresentando
valores percentuais de substituição de 0, 25, 50, 75 e 100%. O experimento foi conduzido em
delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos e três repetições, 300 pós-larvas
de acará severo que foram distribuídas aleatoriamente em 15 unidades experimentais e
alimentadas na frequência alimentar de quatro vezes ao dia durante 60 dias. Ao final do
experimento, os peixes foram pesados, medidos e contados para a determinação dos parâmetros
de desempenho produtivo e histomorfometria do intestino, para avaliar os efeitos da inclusão
da farinha de barata de Madagascar em substituição ao farelo de soja. No presente estudo foi
observado que os níveis de inclusão da farinha de inseto estimados entre 9,13 e 9,88% melhorou
os parâmetros de comprimento dos peixes. Já para os parâmetros de peso, os níveis estimados
foram entre 9,55 e 10,55%. Esses valores correspondem a níveis de substituição de 32,61% a
37,61% do farelo de soja. A inclusão de 10,11% a 13,42% de farinha de inseto, correspondendo
a substituições de 36,10% a 47,93% do farelo de soja nas dietas, resultou em maiores valores
de altura, espessura e perímetro das vilosidades, além de maior espessura da túnica intestinal
dos peixes. No presente estudo é possível indicar que a farinha de inseto (G. portentosa) pode
ser utilizada nos níveis de inclusão entre 9,13% e 13,42%, que correspondem a 32,61% e
47,93% de substituição do farelo de soja nas dietas para primeira alimentação seca de alevinos
de acará severo