M. smegmatis, foram os primeiros a notar que amostras de solo poderiam ser
utilizadas como fonte para o isolamento desses organismos. Desde então,
micobacteriófagos têm sido isolados das mais diversas fontes, como amostras
clínicas de pacientes e pessoas saudáveis, de animais, de cultivos em
laboratórios, mas, principalmente, de amostras de materiais ambientais, em
especial de solo. Nenhum dos isolamentos de solo, entretanto, abordou os
micobacteriófagos ambientais na perspectiva utilizada neste trabalho.
Os esforços têm se restringido ao isolamento dos fagos, sem a
preocupação com o entendimento da dinâmica destes vírus na fonte de
isolamento. Soma-se a isso o hiato existente na identificação das micobactérias
presentes na fonte de isolamento dos fagos.
Assim, este trabalho apresenta oito novos micobacteriófagos isolados de
material de compostagem da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, referidos
aqui como: Florinda, Girafales, Quico, Nhonho, Barriga, Pops, Godines e Madruga.
Estes se mostraram incapazes de infectar outras espécies de micobactérias como
M. abscessus, M. tuberculosis e M. bovis. Além de estudar micobacteriófagos
presentes em material de compostagem, este trabalho identificou micobactérias
presentes no mesmo material, bem como analisou o comportamento destes
organismos na evolução do processo de compostagem. Foram identificadas
através do método de PRA-hsp65 as espécies: M. abscessus (58, 3%), M.
fortuitum (29,2%), M. peregrinum (9,7%), além de um novo perfil (2,8%). Assim,
este trabalho aborda sob uma nova perspectiva a presença de micobacteriófagos e
micobactérias no ambiente.