Neste trabalho, eletrocatalisadores nanoestruturados compostos de cobalto, cério e
tungstênio, foram preparados e analisados com a finalidade de se produzir H2O2 pelo
mecanismo 2-elétrons da reação de redução de oxigênio (RRO). Primeiramente analisou-se
a influência do método de preparação com uso de eletrocatalisadores de CoxOy/C. Para
tanto, utilizou-se o método dos precursores poliméricos (MPP) e método sol gel (MSG).
Neste estudo, observou-se que o eletrocatalisador de cobalto preparado pelo MSG foi mais
eficiente para eletrogeração de H2O2 (devido às diferentes fases identificadas por DRX: CoO
e Co2O4, consideradas espécies mais condutoras) quando comparado ao MPP (no qual
houve formação somente da fase Co3O4). Verificada a diferença na produção de H2O2 em
decorrência da metodologia empregada, decidiu-se analisar também a influência do
substrato de carbono. Assim, os carbonos Vulcan XC 72R e Printex L6 foram analisados e
observou-se que sobre o carbono Printex L6 a RRO pelo mecanismo 2 elétrons ocorreu de
forma mais eficiente (devido às espécies oxigenadas ácidas identificadas por XPS
(principalmente C-O e O-C=O) e a maior hidrofilicidade do carbono Printex L6). Constatada
a diferença na produção de H2O2 em relação ao método de produção de nanopartículas, ao
tipo de substrato de carbono e verificada ainda a dissolução do cobalto em meio ácido
partiu-se para a preparação de eletrocatalisadores compostos de cério pelo MPP e
suportados em carbono Vulcan XC 72R em diferentes proporções para estudar a influência
da proporção metal/carbono e uma vez identificada a melhor proporção de céria em carbono
pelo MPP (CeO2/C 4%), novos eletrocatalisadores de CeO2/C 4% suportados nos diferentes
substratos e preparados pelos dois métodos (MPP e MSG) foram também analisados.
Dentre os eletrocatalisadores de cério, o material composto de cério contendo a menor
proporção de céria em carbono (CeO2/C 4%) obteve maior eficiência na RRO (devido à
formação das fases CeO2 e CeO2-x em quantidades semelhantes, identificadas por DRX. No
entanto, quando a metodologia e o suporte foram também avaliados verificou-se que o
material CeO2/C 4% preparado pelo MPP e suportado em carbono Printex L6 foi o material
de cério mais eficiente (devido ao efeito sinérgico da melhor proporção de metal em carbono
e do melhor substrato de carbono, favorecendo o aumento na concentração de espécies
oxigenadas ácidas identificadas por XPS). Após estudo com cério iniciou-se os estudos com
eletrocatalisadores de tungstênio. Primeiramente, avaliou-se a proporção metal/carbono
pela utilização do MPP e do carbono Vulcan XC 72R. Após identificação da melhor
proporção, novos materiais foram preparados pelo uso MSG e do carbono Printex L6.Dentre
os eletrocatalisadores de tungstênio observou-se novamente que a menor proporção
metal/carbono foi a melhor (WO3/C 1%), no entanto, quando as diferentes metodologias e os
diferentes substratos foram avaliados o WO3/C 1% preparado pelo MSG e suportado em
Vulcan XC 72R foi o que obteve maior produção de H2O2 (devido aos grupos funcionais e
maior concentração de oxigênio na superfície), apresentando-se como o material mais
promissor para uso na degradação do poluente orgânico, o fenol. Uma vez identificado o
melhor material para geração de H2O2, este foi empregado para degradar o fenol por
diferentes processos oxidativos avançados (POAs) tais como fotodegradação (UV),
eletrodegradação (H2O2), foto-eletrodegradação (H2O2 + UV), eletro-Fenton (H2O2 + Fe^2+) e
foto-eletro-Fenton (UV + H2O2 + Fe^2+). Dentre os processos empregados o foto-eletro-
Fenton foi o mais eficiente visto que este método conseguiu degradar 65% do fenol em 2 horas e, durante eletrólise exaustiva de 12 horas, depois de 4 horas todo o fenol havia sido degradado e ao final de 12 horas ocorreu a mineralização de 75% do fenol.