Nanopartículas metálicas (10-9 m) apresentam propriedades como grande área superficial, efeito de confinamento quântico e ressonância de plásmon de superfície (SPR). O conjunto dessas características confere às nanopartículas metálicas potencialidade em diferentes aplicações. Porém, atualmente, a síntese dessas nanopartículas é realizada majoritariamente pela redução química, que é eficaz, mas utiliza uma série de substâncias tóxicas, o que torna o processo potencialmente prejudicial ao meio ambiente. Assim, incluído na atual busca por métodos sintéticos ecologicamente corretos, este trabalho objetivou a produção de nanopartículas de prata e ouro utilizando apenas água milli-Q®, AgNO3/HAuCl4, luz branca e aminoácidos, caracterizando-se como química verde. Ao total 21 aminoácidos diferentes foram estudados, avaliando a forma e dimensão das nanopartículas obtidas para cada um. Tal estudo possibilitou ainda uma maior compreensão da síntese de nanopartículas metálicas com substratos naturais, metodologia largamente explorada nas publicações científicas atuais. Experimentalmente, observou-se que a síntese de nanopartículas de prata (AgNps) é possível apenas com os aminoácidos cistina, histidina, metionina, tirosina e triptofano, ao passo que a síntese de nanopartículas de ouro (AuNps) foi possível com praticamente todos os aminoácidos, sendo as melhores com ácido aspártico, arginina, treonina, triptofano e valina. O tamanho das nanopartículas obtidas variou entre 5 e 100 nm, com formato esférico. Alterações do valor de pH foram necessárias para melhorar a estabilidade das suspensões coloidais. As técnicas de caracterização empregadas foram espectroscopia UV-Vis, fluorescência, potencial zeta, microscopia eletrônica de transmissão e espectroscopia de raios X por dispersão em energia (EDX). Formas de recuperar/reutilizar as nanopartículas formadas também foram avaliadas.