Conhecer a dinâmica de produção, decomposição e estoque de carbono na serapilheira
considerando as diferentes composições florestais presentes na Floresta Nacional Mário Xavier,
auxilia na compreensão da atual condição e comportamento da floresta. Diante disso, o presente
trabalho tem como objetivos quantificar a produção, decomposição e o estoque de carbono da
serapilheira na Floresta Nacional Mário Xavier, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil. A coleta de
dados ocorreu em duas abordagens diferentes. Para realização do inventário florestal e
avaliação da produção e decomposição de serapilheira, foram considerados seis talhões
compostos por diferentes tipos de vegetação arbórea, em que foram distribuídas 13 unidades
amostrais (UA) 800 m2 (20 x 40 m) pelo processo de amostragem casual simples. Em cada uma
dessas unidades foram instalados três coletores e 12 litterbags (quatro por coletor) por UA. A
serapilheira depositada nos coletores foi avaliada mensalmente, e a cada três meses, um
litterbag por coletor foi retirado da área (três por UA) durante o período de junho de 2021 a
maio de 2022. Para o estudo de estoque de carbono foram considerados além dos seis talhões,
mais um talhão composto somente por plantios de eucalipto, e nesse caso 20 UA de 1 m2 (1 x
1 m) foram alocadas para coleta de toda serapilheira presente na superfície do solo em maio de
2022. Os dados obtidos no inventário florestal foram utilizados para realizar análise florística e
fitossociológica dos talhões em conjunto e individualmente. Foi realizada análise da estatística
descritiva para os dados de produção por compartimento, produção mensal e produção de
serapilheira por talhão. Os valores de produção mensal e o por talhões foram comparados por
meio do teste t de Student (α = 0,05) para amostras independentes, e os dados de produção
mensal foram correlacionados com variáveis climáticas por meio da correlação de Pearson. Os
que apresentaram correlação significativa foram relacionados por meio da regressão linear
simples. Para os dados de decomposição, foram calculados a porcentagem de material
remanescente, a constante de decomposição (K) e o tempo de meia vida por talhão e a
porcentagem de material remanescente de cada talhão foi correlacionada com as variáveis
climáticas por meio da correlação de Pearson. O valor de carbono estocado na serapilheira total
e seus compartimentos foi obtido para posterior espacialização utilizando a geoestatística e o
interpolador da krigagem ordinária. O estoque de carbono na serapilheira apresenta estrutura
de dependência espacial, sendo o seu valor médio de estoque na FLONA de 3,38 Mg ha-1, com
maiores concentrações no talhão dos eucaliptos. A produção anual de serapilheira é
influenciada pela sazonalidade do clima, principalmente pelas variáveis precipitação,
temperatura média mínima e velocidade máxima do vento, com estimativa média anual de
10,44 Mg ha-1 e mensal de 0,87 Mg ha-1. A taxa de decomposição na FLONA é reduzida para
todos os talhões, sendo necessário mais de um ano para a decomposição completa do material,
em que a porcentagem de material remanescente apresenta correlação inversamente
proporcional significativa com a temperatura média máxima.