O volume do recipiente, assim como as propriedades físicas e químicas do substrato, estão entre
os fatores que influenciam a qualidade das mudas, aumentando as chances de estabelecimento
destas no plantio. Objetivou-se avaliar o biossólido como substrato e o manejo de recipiente na
produção de mudas de Handroanthus impetiginosus (ipê-roxo) para fins de arborização urbana,
bem como o potencial de uso do biossólido como componente orgânico na cova de plantio.
Utilizou-se dois substratos, o biossólido (BIO) oriundo do tratamento de esgoto (sem
fertilização) e uma formulação composta (SF) por terra de subsolo, esterco e areia na proporção
5:4:1, que recebeu fertilização de base no plantio, e de cobertura a cada quinze dias. O manejo de
recipientes foi realizado de duas formas, sendo o primeiro manejo (TC) a produção da muda foi
iniciada em tubete de 280 cm3, e após 120 dias, as mudas foram transferidas para o citropote de
3,0 litros (L), onde permaneceram por mais 120 dias. O segundo manejo (C) a produção teve
início já no citropote de 3,0 L, onde as mudas permaneceram por 240 dias. Aos 240 dias todas as
mudas foram transplantadas para o vaso de 15 L, onde permaneceram até os 510 dias. O
experimento foi um fatorial 2 x 2, totalizando 4 tratamentos, tendo 5 repetições de 4 mudas em
cada tratamento. Dados de altura e diâmetro de coleto foram coletados mensalmente para a
avaliação do experimento. Foi calculado o crescimento relativo em percentagem das variáveis H
e DC entre 90 e 510 dias. Os resíduos foram submetidos ao teste de normalidade e de
homogeneidade de variâncias, na sequência os dados ao teste F, onde se constatou significância.
Aos 510 dias o manejo BIO + C proporcionou 19,7% e 10,7%, maior crescimento em H e DC
em relação ao manejo adotado convencionalmente SC + TC, atingindo dessa forma um ganho no
manejo de mudas de ipê para arborização urbana. A segunda etapa foi a de plantio das mudas,
realizado no dia 12 de maio de 2021, na via de acesso aos prédios do Instituto de Zootecnia e do
Instituto de Tecnologia da UFRRJ, em Seropédica/RJ. As covas foram abertas nas dimensões de
0,6 m de comprimento, 0,6 m de largura e 0,5 m de profundidade, com volume de 180 litros. O
biossólido e as mudas utilizados foram os mesmos da etapa anterior. O delineamento
experimental foi totalmente aleatório com 4 tratamentos e 5 repetições, totalizando o plantio de
20 mudas. As avaliações de crescimento iniciaram aos 60 dias e foram realizadas até 426 dias
após o plantio. As mudas tiveram um período de aproximadamente 200 dias de adaptação às
condições de campo, com crescimento nulo até essa data. Aos 426 dias após o plantio, não houve
efeito no crescimento das mudas de H. impetiginosus em função do aumento da dose de
biossólido na cova de plantio.