A agricultura familiar, até o final dos anos 80, era considerada uma atividade de
subsistência, à margem de qualquer incentivo ou controle. A partir da década de 90,
este segmento do agronegócio chamou a atenção de governos e pesquisadores,
quando foi percebida da maneira agregada, e que em seu conjunto era responsável
por uma parcela importante da produção nacional. Considerada em seu conjunto, o
volume de produção, o número de famílias envolvidas, os empregos gerados, bem
como o número de propriedades abrangidas neste processo não poderiam ser
desprezados. Com a política de promover o desenvolvimento localizado sustentável,
a partir de 2003, o Governo Federal, inicia um processo de organização destas
comunidades, envolvendo regiões inteiras, em regra mais de um município, onde um
dos critérios de delimitação é a característica comum da agricultura familiar.
Chamados TERRITÓRIOS RURAIS, estas comunidades foram organizadas de
forma a serem promotoras do autodesenvolvimento, cuja coordenação e controle
social são exercidos por uma institucionalidade denominada COLÉGIO
TERRITORIAL RURAL, composta de representantes da sociedade civil e dos
poderes públicos municipal, estadual e federal. Este trabalho pretende, diante do
arcabouço teórico disponível, verificar se os membros desta organização
compartilham os mesmos valores e visão de futuro, o que lhes permita a sinergia de
suas forças, conduzindo-as ao sucesso de suas ações. Como em qualquer
organização, a cultura organizacional deve estar presente nestes Colegiados como
mecanismo de sedimentação de valores, proporcionando-lhes uma identidade única
e garantindo unicidade em suas ações e resultados.