O treinamento resistido dinâmico (TRD) reduz a pressão arterial (PA), sendo
recomendado no tratamento da hipertensão arterial. Por outro lado, apesar do
treinamento isométrico de handgrip (TRI_h) também diminuir a PA, sua
recomendação no tratamento da hipertensão arterial ainda é controversa devido a
lacunas na literatura. Para completar, um possível efeito aditivo de se associar o TRI_h
ao TRD, num treinamento resistido combinado (TRC), ainda não foi avaliado. Assim,
o objetivo desta tese foi avaliar e comparar os efeitos do TRD, TRI_h e TRC sobre a
PA e seus mecanismos em indivíduos hipertensos. Adicionalmente, foram avaliados
os efeitos desses treinamentos sobre as respostas agudas da PA e seus mecanismos
a uma sessão de exercícios com os respectivos protocolos de treinamento. Para isso,
homens hipertensos medicados foram divididos de forma aleatória em 4 grupos: TRD
(n = 16 - 8 exercícios, 3 séries até a fadiga moderada com 50% de 1RM), TRI_h (n =
15 - 4 séries de 2 min, em 30% da CVM), TRC (n=15 - TRD seguido do TRI_h) e
controle (CON – n = 16 - 30 min de alongamentos). As sessões de treinamento foram
conduzidas 3 vezes por semana, por 10 semanas. No início e no final do estudo, foi
avaliada a PA (auscultatória) e seus mecanismos hemodinâmicos sistêmicos
(reinalação de CO2), vasculares (ultrassonografia duplex braquial) e autonômicos
(análise espectral da variabilidade da frequência cardíaca e da PA) em repouso antes
e após uma sessão de exercício resistido realizada com o protocolo de treinamento
específico de cada grupo (TRD, TRI_h e TRC) ou após um período de repouso
sentado no grupo CON. Os efeitos dos treinamentos foram avaliados por ANOVAs
mistas de 2 fatores e ANCOVAs covariadas para os valores iniciais, considerando-se
P<0,05 como significante. Como resultados, o TRI_h não modificou de forma
significante nenhuma das variáveis analisadas, enquanto o TRD e o TRC diminuíram
significante e similarmente a PAS [-8,4 (95%IC -15,9 a -0,8 mmHg), p = 0,023 e -10,7
(95%IC -18,3 a -3,0 mmHg), p = 0,002, respectivamente] e aumentaram o fluxo
sanguíneo pico na hiperemia reativa [321 (95%IC 37 a 604 ml/min), p = 0,019 e 296
(95%IC 3 a 589), p = 0,047, respectivamente]. Com relação aos efeitos dos
treinamentos sobre as respostas agudas aos exercícios específicos, de modo geral,
nenhum dos treinamentos modificou a resposta da PA e seus mecanismos após as
respectivas intervenções agudas. Em conclusão, o TRD, mas não o TRI_h, reduz a
PA e melhora a função microvascular de hipertensos, de modo que a associação do
TRI_h ao TRD não promove efeito adicional. Além disso, nenhum desses
treinamentos altera as respostas cardiovasculares à execução aguda de uma sessão
do respectivo exercício.