As diretrizes atuais de hipertensão arterial têm incluído o treinamento resistido dinâmico
(TRD) e o treinamento resistido isométrico de handgrip (TRI_h) no tratamento dessa
doença. O efeito do TRD e do TRI_h diminuindo a pressão arterial clínica de hipertensos
tem sido relatado na literatura, mas seus efeitos sobre a pressão arterial ambulatorial, que
possui maior relação com o pior prognóstico em hipertensos, não têm sido identificados.
Em adição, como o TRD e o TRI_h diminuem a pressão arterial, é possível que a
combinação desses treinamentos, num treinamento resistido combinado (TRC), resulte
em maior efeito hipotensor, diminuindo a pressão arterial ambulatorial, o que precisa ser
investigado. Em complemento, durante a execução do exercício resistido ocorre aumento
expressivo da pressão arterial, o que pode representar um risco aos hipertensos, sendo
importante verificar se os treinamentos resistidos expostos anteriormente atenuam esse
aumento. Assim, este estudo objetivou avaliar os efeitos do TRD, TRI_h e TRC sobre a
pressão arterial ambulatorial e sobre o aumento da pressão arterial durante a execução do
exercício resistido dinâmico e do exercício resistido isométrico de handgrip em
hipertensos. Para tanto, foram avaliados 60 homens hipertensos de meia-idade
medicados, que foram aleatoriamente divididos em 4 grupos que realizaram intervenções
específicas 3 vezes por semana por 10 semanas, sendo eles: TRD (8 exercícios, 3 séries,
50% de 1RM, fadiga moderada), TRI_h (4 séries, 2 min, contração unilateral alternada,
30% da CVM), TRC (TRD seguido do TRI_h) e controle (CONT – 30 min de exercícios
de alongamento). No início e no final do estudo, foi realizada uma monitorização
ambulatorial da pressão arterial e uma sessão experimental para avaliar o aumento da
pressão arterial sistólica (PAS – medida fotopletismográfica) durante a execução do
exercício de extensão de joelho unilateral (3 séries, 50% de 1RM, fadiga concêntrica) e
do exercício isométrico de handgrip (unilateral - 4 séries de 2 min, 30% da CVM), ambos
realizados com a mesma carga absoluta e relativa. Os dados foram analisados por
ANOVAs mistas de 2 ou 3 fatores, seguidas do teste de post-hoc de Newman-Keuls e
considerando-se P<0,05 como significante. As médias da pressão arterial de 24h, vigília
e sono não se alteraram em nenhum dos grupos (todas as análises - p > 0,05). Também
não houve nenhuma interação significante com o fator grupo nas análises das respostas
do PAS durante a execução dos exercícios resistidos dinâmico e isométrico de handgrip,
demonstrando que os grupos de treinamento apresentaram a mesma resposta que o grupo
CONT. Dessa forma, em conclusão, em homens hipertensos medicados, nem o TRD, nem
o TRI_h e nem a combinação desses treinamentos num TRC diminui a pressão arterial
ambulatorial e nem atenua o aumento da PAS durante a execução do exercício resistido
dinâmico até a fadiga concêntrica ou do exercício isométrico de handgrip.