A composição, ocorrência e distribuição do zooplâncton no estuário do Taperaçu (Pará - Brasil) e o efeito das variáveis hidrológicas sobre a comunidade destes organismos foram estudadas nos meses de janeiro, abril, julho e outubro de 2005. As coletas de plâncton ocorreram em uma estação fixa (00º55'06.8" lat. S e 46º44'0" long. W) localizada no canal do estuário do Taperaçu, em intervalos de 3 horas durante um período de 24 horas. As amostras foram obtidas através de arrastos subsuperficiais de 3 minutos realizados com rede de plâncton cônico-cilíndrica de 120 m de abertura de malha, provida de um fluxômetro que auxiliou na determinação do volume de água filtrada pela rede. Medidas simultâneas de salinidade, temperatura, oxigênio dissolvido e pH foram realizadas na superfície da coluna d’água com o auxílio de um analisador multi-parâmetro (WTW, Model 304i). Durante o período de estudo, o estuário do Taperaçu caracterizou-se por apresentar variações temporais das variáveis hidrológicas (salinidade, temperatura, oxigênio dissolvido e pH) e dos índices ecológicos (diversidade, equitabilidade e riqueza) com valores significativamente mais elevados no período seco. A comunidade zooplanctônica foi representada por 64 taxa, sendo a subclasse Copepoda constituída por 79,2% da densidade total dos organismos coletados. O zooplâncton do estuário do Taperaçu esteve constituído por espécies estuarinas, costeiras e marinhas, destacando-se P. quasimodo, P. marshi, O. oswaldocruzi e O. dioica. Sendo que a espécie P. marshi teve sua ocorrência limitada ao período chuvoso, apresentando correlação negativa com os valores de salinidade (p= 0,001). A espécie O. dioica se correlacionou de forma positiva e significativa com a salinidade (p= 0,001), apresentando valores mais elevados no período seco. A análise de agrupamento revelou que os meses analisados (janeiro, abril, julho e outubro) não representaram de forma clara a sazonalidade da região bragantina no ano de 2005. A redução da precipitação pluviométrica na região influenciou a composição, ocorrência e distribuição dos organismos zooplanctônicos do estuário do Taperaçu, o que foi constatado pelas altas densidades de O. oswaldocruzi e P.quasimodo durante todo o período estudado e também pelo fato das amostras do mês de janeiro terem se agrupado com as do período seco. De uma forma geral, os dados obtidos sugerem que a salinidade, influenciada pela pluviometria, constituiu o fator central na regulação da ocorrência, distribuição e composição das comunidades zooplanctônicas do estuário do Taperaçu e a dominância de espécies marinhas e estuarinas indicam uma forte influência de águas marinhas no presente estuário