A história da mulher no Brasil começa a ser contada a partir da colonização, formada pelo contexto feminino dos colonizadores católicos, herdando, pois, a posição inferior que a sociedade portuguesa relegara às mulheres, vigorando o patriarcalismo, situação que permaneceu até o início do Século XIX. A partir da Revolução Francesa (1789), houve uma mudança, as mulheres passaram a atuar de forma significativa na sociedade, sendo relevantes também no Brasil. O ponto de partida das reivindicações femininas por direitos igualitários foi o livro Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens de Nísia Floresta, publicado em 1832 e, considerado uma tradução livre dos escritos de Mary Wollstonecraft, que denuncia a exclusão do gênero feminino. Neste contexto de busca pela igualação do gênero, a lei nº 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, foi uma resposta às incansáveis lutas dos movimentos de mulheres, servindo ao combate da banalização da violência doméstica e tratando com mais seriedade esta forma de violência. A presente pesquisa objetiva verificar a situação vivenciada pela mulher brasileira nestes dois momentos: sua posição social na época de Nísia Floresta e a situação vivenciada hoje, com a publicação da Lei Maria da Penha, bem como a existência de um elo social entre estas mulheres. Para a realização do estudo, realizou-se pesquisa teórica comparativa de documentos históricos e seus contextos. Vê-se claramente que a mulher da época de Nísia Floresta era totalmente dependente do sistema patriarcal. Hoje, a situação feminina na sociedade atual é bem diferente, pois existe uma estrutura legal que possibilita seu desenvolvimento social, intelectual e cultural. Entretanto, mesmo passados quase dois séculos, e não estando mais em situação de submissão aos homens, a mulher de hoje ainda está umbilicalmente ligada àquela do século XIX, aturando os resquícios da sociedade patriarcal, lutando contra o preconceito de gênero e negação de sua emancipação.