Uma das características marcantes da sociedade contemporânea é a rapidez com que ocorrem mudanças em todas as esferas. Nesse contexto, emergem pressões para que a educação se adapte às exigências do contexto social e econômico, sob a premissa de formar os educandos para o exercício da cidadania e de uma profissão. Essa formação compreende não apenas aspectos cognitivos, mas também éticos e colaborativos. Isso não é possível a partir de uma prática centrada apenas na ação do professor como transmissor de informações. É preciso redimensionar as práticas pedagógicas no âmbito das instituições de ensino, implementando ações inovadoras e que valorizem o protagonismo dos estudantes. Muito embora o avanço das tecnologias digitais venha influenciando os processos educativos, o conceito de inovação não pode ser associado apenas à incorporação de tecnologias aos processos de ensino e aprendizagem. A criatividade é um dos elementos fundantes da inovação, uma vez que pressupõe transformar desafios em potenciais oportunidades. O Design Thinking (DT) vem despontando, nos últimos anos, como uma abordagem promissora para promover inovação no campo educacional. Estrutura-se a partir dos pilares da empatia, colaboração e experimentação. O processo do DT é desencadeado por um desafio e se desenvolve a partir das seguintes fases: descoberta de informações relevantes para a resolução do desafio; interpretação de tais informações, considerando o contexto e as pessoas envolvidas no problema; ideação, momento de gerar coletivamente as ideias para as possíveis soluções; experimentação, onde a solução é testada a partir da criação de protótipos; e evolução, que consiste no planejamento e implementação da solução. Interessou-nos investigar de que forma os coordenadores pedagógicos podem contribuir para a inovação nos processos de ensino dos professores, por meio da utilização do DT. Nesse sentido, a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar possibilidades do Design Thinking na promoção da inovação educacional nos projetos desenvolvidos pelas equipes da Coordenação Pedagógica no Ensino Médio. Em termos metodológicos, seguiu-se uma abordagem qualitativa, de natureza exploratória, suportada nas técnicas de estudo de caso e observação participante. Os dados foram coletados com recurso à aplicação de questionário, realização de entrevistas, e registro de observações durante o desenvolvimento de oficinas para a elaboração de projetos a partir da abordagem do Design Thinking. A amostra dos colaboradores foi constituída por 8 professores, 2 coordenadoras pedagógicas e 2 estudantes de uma escola pública da rede estadual de ensino, localizada no município de São Miguel, Rio Grande do Norte. Na análise dos dados utilizamos a técnica da análise temática, cujos achados nos indicaram os seguintes temas: tecnologias, metodologias, perfil docente, atividades inovadoras, mobilização de profissionais e alunos, resistência dos professores, contexto educacional atual, alunos, empatia, colaboração e experimentação. Identificamos que os professores associam o conceito de inovação educacional, primordialmente, à diversificação metodológica, uso de recursos tecnológicos e necessidade de formação continuada. Evidenciou-se ainda que os professores reconhecem a importância da colaboração dos coordenadores pedagógicos para implementarem inovação nas práticas, entretanto mostrou também discrepâncias à medida que revelaram a pouca intervenção da equipe de coordenação pedagógica no planejamento das aulas dos professores. Os estudantes enfatizaram maior vontade de participação em atividades consideradas inovadoras, sendo ainda destacados resultados favoráveis à aprendizagem. Por fim, na observação das oficinas, constatamos facilidades em envolver os participantes nas atividades, por meio da utilização de ferramentas do DT. Assim, pressupomos que a abordagem possui um grande potencial de aplicação no campo educativo, nomeadamente para as equipes de coordenação pedagógica das escolas.