Esta dissertação apresenta um estudo sobre Crianças Surdas, Famílias Ouvintes:
Refletindo sobre as Experiências e Práticas Construídas pelas Famílias. O estudo
desenvolveu a partir da análise das práticas das interações das famílias ouvintes com os
seus filhos surdos, coletadas por meio de aplicação de questionários e entrevistas. O
objetivo principal deste trabalho foi apresentar os resultados de um estudo sobre a
relação da família ouvinte com os seus filhos surdos, a partir das suas interações com
suas vivencias e experiências que perpassam o contexto educacional e familiar com seus
filhos surdos participantes do estudo. Foram realizadas dezesseis 16 entrevistas, 14 mães
e dois 2 pais. No primeiro capítulo, apresentamos a abordagem do referencial teórico
pautado em pesquisas sobre relações entre famílias ouvintes e filhos surdos a partir de
uma busca de dados virtuais de teses, dissertações e artigos científicos publicados em
periódicos- no SCIELO – e, também, em universidades públicas brasileiras. No segundo
capítulo, apresentamos o campo metodológico e os procedimentos para a coleta de
dados. Para tanto, esta pesquisa encontrou aporte metodológico na abordagem
qualitativa (BOGDAN E BIKLEN (2009), no viés da entrevista compreensiva
(KAUFMANN, 2013); no terceiro e último capítulo, apresentamos os dados coletados,
assim como a análise do corpus, propondo uma reflexão a partir de algumas
problematizações que envolvem os contextos familiar e escolar dos sujeitos surdos
participantes da pesquisa. As análises partiram, principalmente, dos dados coletados
através das entrevistas e do processo de desenvolvimento das relações das famílias
ouvintes com as crianças surdas, em que apresentamos suas percepções, vivencias e
interações. Os resultados da pesquisa nos permitiram mostrar a importância que a Libras
exerce na vida da criança surda, mesmo convivendo em ambientes majoritariamente
compostos por pessoas ouvintes, como ocorreu nos casos analisados. Através dos
depoimentos, notamos que com o avanço dos marcos legais, as leis, decretos e a
valorização da Libras, como a L1 do surdo, as famílias passaram a valorizar e a entender
a importância da Libras na facilitação das relações e educação de seus filhos surdos.
Também, a escolha pela língua de sinais refletiu significativamente no ambiente de
educação formal, na busca por escolas bilíngues, assim como no âmbito do
desenvolvimento social e cognitivo das famílias e dos filhos surdos.