A dinapenia caracterizada pelo declínio da força muscular que expõe o idoso a uma situação
de maior vulnerabilidade a fragilidade e mortalidade. Os objetivos deste estudo foram: a)
avaliar os efeitos hipotéticos da realocação do tempo despendido no sono, comportamento
sedentário (CS), e atividade física de intensidade moderada a vigorosa (AFMV), com o risco
de dinapenia em idosos residentes em comunidade, b) investigar a relação da dinapenia com
o risco de mortalidade pelo tempo exposto em comportamento sedentário em idosos da
comunidade. Estudo de coorte prospectiva, com seguimento de cinco anos (2015 - 2020) do
Estudo Longitudinal da Saúde do Idoso de Alcobaça, Bahia (ELSIA), realizado com idosos
com idade de 60 anos ou mais, de ambos os sexos, da zona urbana e cadastrados na Estratégia
de Saúde da Família do município. Os idosos responderam um questionário estruturado,
contendo informações sociodemográficas, de saúde, comportamentais e teste de desempenho
físico. A presença de dinapenia foi avaliada pelo teste de força de preensão manual, com
ponto de corte <27 kgf para homens e <16 kgf para as mulheres. A AFMV e o CS foram
avaliados pelo Questionário Internacional de Atividade Física e o sono pelo Índice de
Qualidade do Sono de Pittsburgh. O tempo de exposição ao CS também foi combinado com
a dinapenia para a construção de 4 grupos (ausência de dinapenia e baixo CS; ausência de
dinapenia e alto CS; presença de dinapenia e baixo CS; presença de dinapenia e alto CS). A
mortalidade foi avaliada pelo tempo de acompanhamento até o óbito e/ou censura. Para as
análises dos dados foram aplicadas o modelo de substituição isotemporal (10, 20, 30, 40, 50
e 60 minutos), por meio da regressão logística; e as razões de risco para mortalidade pelos
modelos de riscos proporcionais de Cox, com nível de significância de 5%. Na substituição
isotemporal, substituir o tempo em CS por AFMV demonstrou fator protetor, com menor
razão de chance à dinapenia em 37,0% (OR 0,63; IC95%: 0,40–0,99). Durante os cinco anos
de acompanhamento do estudo, 55 participantes vieram a óbito. Os idosos com dinapenia
apresentaram maiores riscos para mortalidade por todas as causas (HR=2,16; IC95%: 1,22 –
3,80) e quando analisado a dinapenia combinada CS, os idosos com pior comportamento (alto
CS e presença de dinapenia) apresentaram as razões de risco 2,35 vezes maior (IC95% 1,19–
4,65) quando comparado ao grupo de melhor comportamento. Os idosos com dinapenia
apresentam maiores riscos para mortalidade por todas as causas, agravando-se diante da
elevação do tempo exposto ao CS.