Introdução: A antropometria é um importante instrumento de diagnóstico para determinar a prevalência e a gravidade de alterações nutricionais. Objetivo geral: analisar a concordância antropométrica entre as curvas de referência do NCHS e os padrões OMS das crianças de 0 a 60 meses, do Município de Itapuã D Oeste e de Bom Futuro, Ariquemes-RO, Brasil. Metodologia: estudo observacional, comparativo, analítico quantitativo, avaliação antropométrica de 937 crianças de 0 a 60 meses. Foram estudados os índices peso-para-idade (P/I), peso-para-altura (P/A) e altura-para-idade (A/I). Foram adotados como pontos de corte valores abaixo de -2 escore Z para definir déficits ponderoestaturais e acima de +2 escore Z para excesso de peso. As medidas antropométricas das crianças foram comparadas aos dados tabulados pela OMS e pelo NCHS, através do programa ANTHRO. Para a análise estatística foi utilizado o programa XLSTAT e a normalidade dos dados foi verificada pelo teste Kolmogorov-Smirnov, para o teste de diferença utilizou-se o U de Mann-Whitney e o teste kappa para avaliar as concordâncias entre os referenciais antropométricos. O estudo foi aprovado pelo CEP/NUSAU/UNIR. Resultados: 55% das crianças eram do sexo feminino. A prevalência de déficits foi maior com o referencial OMS, em todos os índices. Quando comparados os padrões OMS com a referência NCHS, foram observados valores significantemente superiores para os três indicadores na faixa etária de 0 a 5 meses (p=0,0001). Entre 6 a 11 meses, os padrões OMS foram mais sensíveis a déficits nos índices P/A e A/I. Na avaliação pelo teste Kappa, a concordância foi de 82% no A/I, 49,0% no índice P/I e de 73% no P/A, para o grupo como um todo. As concordâncias mais baixas observadas neste estudo encontraram-se na avaliação do P/I: 48% de discordância para sexo feminino (k=0,52) e de 61% para o sexo masculino (k=0,39), 64% para o sexo masculino (k=0,36). Para crianças classificadas com peso acima do esperado para a idade o valor do kappa foi de 0,49. No índice P/A a faixa etária de 0 a 5 meses apresentou valor de k= 0,56 (IC=0,45-0,67). No déficit P/A encontramos o coeficiente geral de k= 0,59. A classificação de baixo peso para meninos teve k= 0,75 (IC= 0,65-0,84), enquanto entre as meninas, o coeficiente foi k= 0,44 (IC= 0,36-0,51), representando uma discordância de 56%. A concordância mais baixa foi encontrada no déficit P/A do grupo de 0 a 5 meses (k= 0,16; IC= 0,08-0,24), evidenciando uma discordância entre os dois referenciais de 84%. Conclusão: a prevalência de desvios nutricionais encontrada nesse estudo são superiores às esperadas para a população de referência (2,3%), mostrando a coexistência, em Rondônia, dos extremos de desvios nutricionais. O padrão OMS para avaliação de pré-escolares permite mensurar tanto déficits quanto excessos de peso e altura com maior precisão do que o NCHS. O uso nos serviços de saúde possibilitará aos profissionais da saúde prestar uma melhor assistência e às crianças uma recuperação mais rápida nos casos de comprometimento do estado nutricional.