RIBEIRO, Emival da Cunha. Pequenos agricultores no município de Rio Verde (GO):
trajetória, transformações e resistência. 2021. 133p. Tese (Doutorado em Ciências Sociais)
− Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais
em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, RJ, 2021.
Este estudo tem como objetivo compreender manifestações de tradições campesinas (valores,
técnicas e saberes) dos pequenos agricultores no município de Rio Verde (GO), em face das
transformações provocadas pela industrialização da agricultura. Este município nasceu da égide
da pecuária extensiva, mas, por muito tempo, conviveu com a agricultura de subsistência,
dependeu dela, porém foi pioneiro nos processos de mecanização da agricultura em Goiás. A
produção de cereais em larga escala, principalmente da soja, cujo cultivo se iniciou na década
de 1970, impôs novas demandas ao campo. A partir desse período, as formas de produção e a
organização social ligadas ao campesinato passaram por grandes alterações, impactando
diretamente na vida das populações que viviam no meio rural. O trabalho da numerosa
população que vivia no campo, mas geramente não detendo a posse da terra, tornou-se
desnecessário. Formas tradicionais de vida, de relações de trabalho foram sendo abandonadas
ou adaptadas para atender às exigências do modelo produtivista imposto. Mesmo ocorrendo
mudanças significativas no meio rural, foi possível identificar significativo número de pequenas
propriedades controladas sob a forma ou como expressão do que observamos como agricultura
familiar. E por meio de entrevistas de pequenos agricultores, muitos incluídos na agricultura
familiar, identificaram-se modos de vida e culturas próprias, ou adaptados das antigas formas
camponesas.