O presente estudo avalia a produção, qualidade, criotolerância e estresse
oxidativo de embriões bovinos desenvolvidos em dois meios de cultivo, SOFaaci
tradicional e SOFaaci sequencial, em diferentes atmosferas de cultivo. Um total de
11640 cumulus oócitos foram maturados em meio de maturação (TCM 199) por 24h.
Após os oócitos foram co-incubados com sêmen em meio Talp-FIV por
aproximadamente 20h. Logo, os presumíveis zigotos foram cultivados em meio
SOFaaci tradicional ou SOFaaci sequencial. Seis grupos experimentais foram
formados, MT20= meio tradicional a 20% de O2; MT12= meio tradicional a 12% de O2;
MT5= meio tradicional a 5% de O2; MS20= meio sequencial a 20% de O2; MS12 =
meio sequencial em 12% de O2 e MS5= meio sequencial em 5% de O2. O cultivo dos
embriões com o meio sequencial foi iniciado com SOFaaci A, às 96 e 120hpf era feito
a substituição de 75% do volume das gotas de CIV com o meio SOFaaci B. Nos grupos
em que foi feito o CIV com meio SOFaaci tradicional, a renovação era realizada da
mesma maneira, porém com o próprio SOFaaci tradicional. Ao se completarem sete
dias de CIV os embriões foram vitrificados em hastes de vitrificação. Os resultados
foram analisados com ANOVA e posterior Teste de Tukey e Teste de X2 com nível de
significância à 5%. Na produção embrionária, os grupos em que foi utilizado o meio
SOFaaci tradicional foram superiores ao meio SOFaaci sequencial (P=0.028) e a
redução na atmosfera de O2 também teve efeito benéfico na taxa de embriões
produzidos MT20= 45,3%; MT12= 49,7%; MT5= 53,9%; MS20= 40,2%; MS12= 41,6%;
MS5= 45,0%, o número de células totais foi maior nos grupos cultivados em meio
tradicional e atmosfera controlada (P<0.05) (MT20=114; MT12= 128; MT5=131;
MS20=98; MS12=110; MS5= 112;), tendo, também um maior estresse oxidativo em
embriões produzidos em atmosfera controlada (P<0.01) (MT20=4,10; MT12=5,30;
MT5=7,46; MS20=4,23; MS12=8,27; MS5=5,93). Os embriões vitrificados e
reaquecidos que foram cultivados em SOFaaci tradicional não diferiram entre si na
taxa de recuperação nas três atmosferas utilizadas MT20= 60,2%; MT12= 66,6%;
MT5= 60,6%. Por outro lado, os embriões cultivados em SOFaaci sequencial
apresentaram maior taxa de recuperação na atmosfera de 5% de O2 (P<0,05) MS20=
42,3%, MS12= 53,0%; MS5= 80,1%. Entretanto, a taxa de eclosão dos embriões
vitrificados e reaquecidos cultivados em meio SOFaaci tradicional nas atmosferas de
20% e 12% de O2 apresentaram as maiores taxas de eclosão (P<0,05) MT20= 70,7%;
MT12= 81,2% e semelhante aos embriões cultivados em SOFaaci sequencial na
atmosfera de 12% de O2 MT12= 70,9%. O estresse oxidativo de embriões vitrificados,
não diferiu entre os grupos. Concluímos que embriões cultivados em SOFaaci
tradicional em atmosferas controladas, apresentam maior produção, número de
células e concentrações de espécies reativas de oxigênio. A recuperação após o
reaquecimento foi melhor no SOFaaci sequencial na atmosfera de 5% de O2, mas as
maiores taxas de eclosão foram obtidas em SOFaaci tradicional e sequencial na
atmosfera de 12% de O2.