Na sociedade atual, tem-se visto um aumento de animais de companhia acometidos com neoplasias, benignas e malignas, destacando-se como uma doença de alta letalidade. A variedade de neoplasias difere entre as espécies, a pele é considerada um dos órgãos de maior acometimento, seguindo de glândula mamária. Esta dissertação foi elaborada em dois capítulos, com dois artigos originais: O artigo I intitulado Caracterização histopatológica do carcinoma de células escamosas em gatos: 62 casos. Neste artigo buscou-se avaliar as características neoplásicas, inflamatórias e teciduais dos carcinomas de células escamosas em gatos. Foi realizado um estudo retrospectivo com amostras de CCE em gatos no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2019. Os prontuários médicos desses animais foram utilizados para acessar informações referentes à raça, sexo, idade e localização anatômica. 43,5 % fêmeas foram acometidas enquanto 33,9% em gatos machos e 22,6% não constava o sexo no prontuário. 98,4% eram gatos sem raça definida enquanto apenas 1,6% eram da raça angorá. Verificou-se que 98,4% são gatos brancos e 1,6% (n=1) são gatos não brancos. 90,3% dos gatos tinha idade entre 1 a 10 anos, 9,7% foram de gatos com idade superior a 10 anos. 35,5% travam-se de tumores com localização múltipla, seguido do pavilhão auricular com 32,3%, a cavidade nasal com 19,4%, 6,4% região periocular, cavidade oral e região de pele e olho com 1,6%. 63% dos CCEs se caracterizaram como bem diferenciados, 6,4% moderadamente diferenciado e 30,6% pouco diferenciado. A avaliação do infiltrado mostrou que 48,9% tratava-se de infiltrado peritumoral e 51,6% infiltrado intratumoral. 54,9% dos CCEs apresentaram arranjo celular em forma de trabéculas e ilhas, enquanto 45,1% foi predominante arranjos em forma de ninhos e cordões. A avaliação histopatológica é crucial para definir o comportamento da neoplasia, além de auxiliar como ferramenta prognóstica. No artigo II intitulado Provável triângulo de cordman em um cão com adenocarcinoma mamário- relato de caso, objetivou-se relatar um caso de metástase óssea de adenocarcinoma mamário em cadela, relatando os sinais clínicos, radiográficos e histopatológicos. Paciente atendido no setor de Oncologia do Hospital Veterinário Universitário, com histórico de adenocarcinoma mamário. Ao exame físico constatou-se aumento dos linfonodos submandibulares e poplíteos, dor e claudicação no membro torácico esquerdo. Hemograma apresentou anemia regenerativa e trombocitose, as análises bioquímicas estavam dentro dos padrões normais. O exame radiográfico revelou lesão óssea proliferativa no úmero esquerdo e lesão mista na epífise proximal e área metafisária. Uma reação periosteal ativa estava presente, e havia reação óssea entre o periósteo e o córtex na zona de transição (triângulo de Codman). Os achados da biópsia do osso eram sugestivos de adenocarcinoma. Após 30 dias de tratamento, o cão apresentou dor e claudicação no fêmur esquerdo. Novo exame radiológico revelou as mesmas reações ósseas proliferativas vistas no úmero esquerdo e a presença do triângulo de Codman. Após 120 dias de tratamento, a eutanásia foi recomendada devido ao declínio do estado clínico do cão. A importância da análise e conhecimento clínico, citológica e histopatológico, não deve ser subestimada, pois são essenciais para o estadiamento clínico, o diagnóstico definitivo, o prognóstico e a seleção da terapia daqueles animais acometidos com neoplasias.