A canoagem paralímpica é uma modalidade voltada para pessoas com
deficiência física e o seu desempenho é influenciado por diversos fatores, entre eles,
a força muscular, que é utilizada para a manutenção do equilíbrio corporal e
propulsão da embarcação. Com isso, o objetivo geral da presente dissertação foi
analisar os efeitos do treinamento da canoagem paralímpica na força muscular de
pessoas com deficiência física. Para tanto, foram elaborados dois artigos divididos
da seguinte maneira: 1) teve como objetivo analisar os efeitos de 16 semanas do
treinamento de canoagem paralímpica na força muscular de atletas iniciantes. O
estudo apresenta natureza quase-experimental e a amostra foi composta por três
atletas iniciantes da canoagem paralímpica, do sexo masculino com idades de 24 a
43 anos. As avalições foram realizadas antes e após o período de intervenção, com
duração de 16 semanas, com três sessões intervaladas por semana e duração de
60 minutos cada. Para estimar a força muscular dos membros superiores, foi utilizado
o arremesso de medicine ball. Os resultados demonstraram diferença
estatisticamente significativa dos valores de arremesso de medicine ball no momento
pré-teste (4,90m ±0,11) e pós-teste (5,24m ±0,11), com tamanho do efeito grande
(d=0,8). Com isso, conclui-se que 16 semanas do treinamento da canoagem
paralímpica promoveu acréscimo de força muscular dos membros superiores da
amostra do presente estudo; 2) O segundo artigo analisou as relações entre força
muscular e desempenho motor na canoagem paralímpica de pessoas com
deficiência física de Petrolina - PE. O estudo apresenta natureza descritiva com
delineamento transversal. Participaram do estudo, sete homens praticantes da
canoagem paralímpica, com idades de 21 a 43 anos. A estimativa da força muscular
foi avaliada através do teste de preensão manual, arremesso de medicine ball e o
teste de predição de uma repetição máxima (1RM). Para avaliar o desempenho
motor, foi realizado um teste de velocidade de 200 m. Foram encontradas
associações negativas e fortes estatisticamente significativas entre o tempo do teste
de 200 m com a força muscular estimada pelo 1RM da musculatura do bíceps (lado
direito: r=-0,84; p=0,01; lado esquerdo: r=-0,79; p=0,03) e peitoral (r=-0,79; p=0,04),
e pelo arremesso de medicine ball (r=-0,89; p=0,006), sugerindo que, quanto maior
a força, melhor o desempenho no teste de 200 m. Espera-se que o presente estudo
promova uma melhor compreensão sobre os efeitos do treinamento da canoagem
paralímpica na força muscular e suas associações com o desempenho dos sujeitos
avaliados. Destarte, o presente estudo poderá servir de subsídio para os
profissionais da área educacional, esportiva e terapêutica.