A produção de silagens de gramíneas da espécie Megathyrsus maximus,
especialmente de capim Mombaça, vem sendo adotada como alternativa às culturas
tradicionais (milho e sorgo), pois permite maior flexibilidade na colheita, baixo risco de
perda e menor custo de produção. Além disso, novas cultivares estão sendo
constantemente desenvolvidas, visando o aumento da produtividade animal, como as
recém-lançadas capim BRS Quênia e capim BRS Zuri. Como há poucas informações
sobre a silagem destas novas cultivares, o objetivo deste estudo foi caracterizar
agronomicamente e avaliar a composição química, potencial de ensilabilidade e
exposição aeróbia de silagens destas novas cultivares e compará-las ao capim
Mombaça em diferentes intervalos de rebrota (IR) (30, 40, 50 e 58 dias). Para a
confecção das silagens, as forragens foram cortadas aproximadamente 20 cm acima
do solo, trituradas para atingir tamanho médio de partícula de 13,2 mm e densidade
de 640,56 ± 48,21 kg/m3
. Para a caracterização agronômica utilizou-se um
delineamento inteiramente casualizado, separado para cada cultivar, enquanto, para
a avaliação das silagens, utilizou-se o mesmo delineamento com esquema fatorial
3x4, com cinco repetições (60 mini-silos experimentais). Em todas as cultivares foi
observada correlação positiva entre altura de planta (AP) e intervalo de rebrota
(P<0,01), com maiores valores aos 58 dias de rebrota. A produção de massa total se
comportou de forma semelhante à observada para a AP, apresentando efeito
crescente com o desenvolvimento da planta, destacando-se a BRS Zuri. As
concentrações de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e Cinza foram afetadas
pela interação entre as cultivares e IR (P<0,01). Silagens colhidas aos 50 e 58 dias de
rebrota exibiram maiores teores de MS, destacando-se silagens do capim BRS
Quênia. Capins ensilados com idades de rebrota menores mostraram maiores teores
de MO, sobretudo nas silagens dos capins Mombaça e BRS Quênia. Os componentes
da parede celular foram afetados pela interação entre cultivar e IR (P<0,01), a exceção
da lignina que foi afetada pelo IR (P<0,01). Houve interação entre cultivar e IR
(P<0,01) para digestibilidade in vitro da MO (DIVMO), carboidratos não-fibrosos +
extrato etéreo (CNF+EE) e energia liquida de lactação (ELl), todas essas variáveis
apresentaram diminuição com o avanço do IR. O pH das silagens apresentaram
diminuição quadrática (P<0,01) com o aumento do IR em silagens dos capins
Mombaça e BRS Zuri. A produção de efluentes foi afetada pela interação entre o IR e
cultivar (P<0,01) exibindo menores perdas com maior IR. As horas de quebra da
estabilidade aeróbia não foram afetadas (P>0,05), porém observou-se que silagens
colhidas em maiores IR tenderam a deteriorar-se em menores horas. A dinâmica do
pH sobre os dias de exposição aeróbia foi afetada pelos dias de exposição (P<0,01)
para todas as diferentes cultivares. O estudo demonstrou que as silagens destas
novas cultivares, assim como, de capim Mombaça, apresentaram o mesmo potencial
de ensilabilidade. Indica-se ensilar estes capins no IR de 50 dias, intervalo que
mostrou: adequada preservação dos componentes nutricionais, menores perdas
durante o processo e satisfatório tempo de estabilidade aeróbia, associado com uma
notável produção de massa seca.