Os objetivos do presente estudo foram estimar a soroprevalência de anticorpos antiChlamydia abortus e identificar os fatores associados à ocorrência da enfermidade em
caprinos e ovinos no estado do Ceará. Identificar a presença de ovinos soropositivos para
Brucella ovis e os fatores associados à enfermidade nos estados de Alagoas (AL) e
Maranhão (MA). No Ceará, foram analisadas 504 amostras sorológicas de ovinos de 43
propriedades, e 507 de caprinos oriundos de 44 criatórios. Em AL e MA foram visitadas
45 propriedades e coletadas 863 amostras sorológicas de ovinos. O diagnóstico de C.
abortus foi realizado com kit de Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA)
(IDEXX®
, Australia). Na pesquisa de anticorpos anti-Brucella ovis foi utilizada a
técnica de ELISA Indireto, utilizando o kit comercial B. ovis do laboratório IDEXX®,
Austrália. Um questionário epidemiológico foi utilizado para caracterizar as criações e
identificar os possíveis fatores associados às doenças. A prevalência para C. abortus em
ovinos, foi de 18,45% (93/504), com 88,37% (38/43) dos rebanhos, e de 11,44% em
caprinos (58/507), com 61,36% (27/44) por rebanho. Os ovinos adultos apresentaram
maior soropositividade em relação aos jovens (p<0,01), na espécie caprina (p<0,01)
diferiu quanto à categoria animal (p<0,05) e tipo racial. O fator associado à ocorrência
da C. abortus em ovinos foi à falta de solicitação de atestado sanitário de animais recém
adquiridos (P = 0,038, IC95% = 1,058 – 6,749, OR = 2,672). Nenhuma variável
analisada foi associada à ocorrência da C. abortus em caprinos. A soroprevalência para
B. ovis, foi de 1,16% (10/863) e de 20,00% (9/45) por rebanho. O intervalo entre partos
(p≤0,05), a aquisição de matrizes em feiras e/ou exposições (p≤0,05) e a falta do corte e
cura do umbigo (p≤0,05), foram identificadas como fatores associados à ocorrência da
Brucelose Ovina. As prevalências encontradas neste estudo são relevantes, pois a
presença de ovinos e caprinos infectados pela C. abortus e de ovinos soropositivos para
B. ovis, prejudica o desempenho dos animais e afeta a rentabilidade da atividade,
principalmente atrelado a ocorrência de abortos, natimortalidade, nascimento de animais
fracos e até mesmo casos de infertilidade. Sendo necessária a adoção de medidas
sanitárias e práticas reprodutivas adequadas a realidade das propriedades de modo a
evitar a disseminação das doenças entre os rebanhos.