Objetivou-se estimar a síntese de proteína microbiana por meio do método de derivados de
purina, avaliar o metabolismo sanguíneo e urinário do nitrogênio, o balanço de nitrogênio e as
perdas endógenas de proteínas pelo NRC (2007) e AFRC (1993) em caprinos suplementados
com fenos de leguminosas associados ou não à palma forrageira miúda no Semiárido. O
experimento foi realizado na Estação de Desenvolvimento e Difusão de Tecnologia Rurais do
Sertão Alagoano localizado na cidade de Piranhas-AL. Foram utilizados 30 caprinos machos,
castrados, sem padrão de raça definida (SPRD), com peso médio inicial de ± 15 kg. O período
experimental teve duração de 105 dias, divididos em cinco subperíodos de 21 dias cada, visando
o ajuste da suplementação. A suplementação foi feita com base em 1% do peso corporal na
matéria seca. Os tratamentos foram: PA= pastejo à vontade sem suplementação; LEU= feno de
leucena (Leucaena leucocephala (Lam) de Wit.); LEU+P= feno de leucena + palma forrageira
(Nopalea cochenillifera - Salm Dyck); SAB= feno de sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth); e
SAB+P= feno de sabiá + palma forrageira miúda. Foram feitas coletas de fezes direto da ampola
retal utilizando o indicador LIPE, para se estimar o consumo de matéria seca e para análises de
nitrogênio fecal. Foram feitas as coletas de urina “spot” e coletas de sangue após quatro horas
do fornecimento da suplementação para análises de nitrogênio total, creatinina e derivados de
purina na urina (hipoxantina, xantina, ácido úrico e alantoína), ureia e nitrogênio urinário, ureia
e nitrogênio plasmático. As perdas endógenas foram obtidas através das equações do NRC
(2007) e AFRC (1993). O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco
tratamentos e seis repetições. O programa estatístico utilizado para as análises estatísticas foi o
R (2019). Os derivados de purina e, consequentemente, as purinas absorvidas, o nitrogênio e
proteína microbiana apresentaram diferença significativa (P<0,05) entre os tratamentos, sendo
as maiores médias apresentadas nas suplementações com feno de leucena associado ou não à
palma miúda. No entanto, os tratamentos com fenos de sabiá apresentaram menores médias
para as respectivas variáveis. A ureia e nitrogênio plasmático apresentaram diferença
significativa (P<0,05) entre os tratamentos, com maiores valores para o tratamento com feno
de leucena e feno de sabiá. Já a ureia e nitrogênio ureico não apresentaram diferença
significativa (P>0,05). O balanço de nitrogênio apresentou-se positivo para todos tratamentos,
com maiores médias quando foi utilizado o feno de leucena e feno de leucena + palma. As
perdas endógenas estimadas pelo NRC (2007) apresentaram-se maiores que as estimadas pelo
AFRC (1993) com maiores valores absolutos para os tratamentos feno de leucena, feno de
leucena + palma e feno de sabiá + palma. Com tudo, é viável a suplementação de leguminosas
associadas ou não à palma forrageira na alimentação de caprinos no Semiárido.