Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa com instruções verbais, técnicas de consciência corporal e palpação vaginal dos músculos do assoalho pélvico (MAP), no controle motor de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). Além disso, avaliar a força muscular do assoalho pélvico e a resistência, o uso de músculos acessórios durante a contração muscular do assoalho pélvico e a auto eficácia e as expectativas das pacientes com os resultados do programa de conscientização dos MAP. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado, e controlado, realizado em um único centro, com dois grupos de intervenção. As pacientes com predomínio de sintomas de IUE (n=73) foram recrutadas. O Grupo Experimental recebeu palpação vaginal (técnicas manuais) para consciência corporal e perineal; e o Grupo Controle recebeu instruções verbais sobre anatomia e função dos MAP. O desfecho primário incluiu a avaliação do número de contrações rápidas (Fast) medida pela palpação vaginal (toque bidigital). Os desfechos secundários envolveram a avaliação dos MAP pela inspeção visual e palpação vaginal (toque bidigital) da performance muscular (escala Oxford) e do endurance muscular; o uso de músculos (abdominal, glúteo, adutor de quadril) considerados acessórios durante a contração voluntária dos MAP; e a auto eficácia e as expectativas das pacientes com os resultados da intervenção pela Escala de Auto eficácia dos Exercícios do Assoalho Pélvico. Para analisar as diferenças entre os grupos foram utilizados o Teste da Razão de Verossimilhança, Teste de Mann-Whitney e Teste Exato de Fisher. O desfecho primário, secundários e suas diferenças entre os momentos pré e pós intervenção foi utilizado o ANOVA com 5% de corte para significância. Resultados: Não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos em relação ao desfecho primário, Grupo Experimental 7,4 (±2,3) e 7.0 (±2,2) no Grupo Controle (p= 0,556), mas observamos um aumento significativo no número de contrações rápidas em ambos os grupos após 1 mês de intervenção (p<0,000). Nenhuma diferença estatística foi detectada na performance muscular (escala Oxford) e no endurance muscular dos MAP (Grupo Experimental 3,5 (±0,8) e 3,4 (±1,1) Grupo Controle, p= 0,748). Em relação a utilização dos músculos glúteo, abdominal e adutores associados a contração dos MAP, observou-se redução da utilização em ambos os grupos, com resultados significativos para os adutores no grupo experimental, de 37% inicial para 16% após 1 mês e controle, de 81% inicial para 44% após 1 mês (p=0,010). Na Escala de Auto eficácia dos Exercícios do Assoalho Pélvico, a auto percepção dos resultados, demonstrou motivação e confiança quanto aos benefícios dos exercícios dos MAP, em relação a expectativa de performance que foi avaliada apenas após 1 mês de intervenção demonstrou que as mulheres se sentiam capazes de realizar a contração dos MAP (Grupo Experimental 71,2 (±18,2) versus 78.5 (±10,7) Grupo Controle) (p=0,196). Conclusões: A palpação vaginal não promoveu aumento significativo do número de contrações rápidas (Fast) dos MAP quando comparada com as orientações verbais, ambos os grupos, Experimental e Controle apresentaram melhora do controle motor dos MAP.
Palavras-chave: Modalidades de Fisioterapia, músculos do assoalho pélvico, conhecimento, Incontinência urinária.