Este trabalho foi realizado com os seguintes objetivos: a) descrever o perfil metabólico de vacas primíparas F1 Holandês x Gir criadas em sistema de confinamento total, durante o período de transição. Para o estudo foram utilizadas 29 novilhas mestiças F1 Holandês x Gir (HG) diagnosticadas gestantes. O escore de condição corporal foi acompanhado no pré e no pós-parto. Foram realizadas coletas de sangue semanalmente nos dias -21, -14 e -7 do pré-parto, no dia do parto (D0), e nos dias 7, 14 e 21 após o parto para análises de glicose e ureia, e nos dias -7 pré-parto, e 7, 14 e 21 dias pós-parto para análises de ácidos graxos não esterificados e beta-hidroxibutirato. O escore de condição corporal foi maior na última semana antes do parto (3,9 ± 0,19) e diferiu para os dias 7, 14 e 21 após o parto, que foram de 3,70 ± 0,20; 3,67 ± 0,27 e 3,8 ± 0,22 respectivamente. Todavia, o escore de condição corporal não diferiu entre os dias pós-parto, nos primeiros 21 dias de lactação. As concentrações de glicose foram semelhantes tanto no período do pré-parto quanto no pós-parto. As concentrações de ureia se mantiveram sem alterações desde o pré-parto até o pós-parto com exceção ao dia 7 após o parto, em que foi observada uma queda nas concentrações. Para o beta-hidroxibutirato as concentrações foram aumentando desde o pré-parto até o dia 21 após o parto. Foi evidenciada redução nas concentrações dos ácidos graxos não esterificados desde o pré-parto até os dias 21 após o parto; b) a descrição do perfil metabólico no sangue e no fluido folicular e a sua correlação com a qualidade dos oócitos aspirados, em diferentes períodos após o parto, de vacas lactantes primíparas F1 Holandês x Gir. Aspirações foliculares guiadas por ultrassom, via transvaginal, para coleta de oócitos foram realizadas nos dias 30 ± 2, 60 ± 2 e 100 ± 2 após o parto. Nos mesmos dias das coletas dos oócitos, sangue e fluido folicular do folículo dominante foram coletados para dosagens de glicose, ácidos graxos não esterificados (NEFA), beta-hidroxibutirato (BHBA) e ureia. No laboratório, foi verificada a taxa de recuperação de oócitos, maturação in vitro e apoptose por meio da técnica de TUNEL. A concentração média de glicose no dia 30 pós-parto foi superior no fluido folicular quando comparada com o plasma sanguíneo, porém, nos dias 60 e 100 após o parto não houve diferença entre as concentrações de glicose. As concentrações de ureia no plasma e no fluido folicular não diferiram entre os dias 30, 60 e 100, porém, foi verificado que as concentrações médias de uréia no fluido folicular foram significativamente inferiores às do plasma sanguíneo. Para BHBA, não foi observada diferença entre as concentrações do fluido folicular e o soro sanguíneo entre os dias 30, 60 e 100 após o parto. As concentrações de NEFA não diferiram no soro sanguíneo e o fluido folicular nos dias 30,60 e 100 pós-parto. Não houve diferença na taxa de recuperação de oócitos entre os tempos de coleta, porém, foi observado que as coletas realizadas nos dias 30 e 60 apresentaram menor percentual de oócitos viáveis, quando comparado com as coletas do dia 100. Não foi observada diferença na negatividade do TUNEL entre os tempos analisados, porém, foi evidenciado que oócitos coletados no dia 30 pós-parto apresentaram maior percentual de maturação em relação aos coletados no dia 100 (55,2 ± 4,9 vs 23,8 ± 4,5); c) avaliar as diferenças na produção e composição do leite, e nas medidas ponderais de vacas leiteiras primíparas F1 Holandês x Gir mantidas em sistema de confinamento total, pertencentes a três grupos de eficiência produtiva. Variáveis analisadas após o parto como o consumo de matéria seca, produção de leite total, produção de leite corrigida para gordura a 3,5%, produção de leite corrigida para 305 dias, produção de leite diária, foram maiores para as vacas de alta eficiência. Vacas pertencentes ao grupo de baixa eficiência após o parto tiveram maior ganho de peso e consequentemente maior escore de condição corporal quando comparada com as vacas de eficiência intermediária e alta eficiência. Percentual de gordura no leite foi maior para vacas com baixa eficiência do que para vacas com eficiência intermediária e alta eficiência. A proteína do leite foi igual para vacas com baixa eficiência e vacas com alta eficiência, porém foi diferente para vacas com eficiência intermediária. Lactose e nitrogênio ureico no leite foram menores para vacas com baixa eficiência do que para vacas com alta eficiência. A contagem de células somáticas durante a lactação foi igual para vacas de alta eficiência e vacas de baixa eficiência, porém as vacas com eficiência intermediária tiveram menor contagem de células somáticas.