Este estudo envolveu três experimentos. No primeiro, objetivou-se identificar o nível de palma forrageira na mistura que proporcione um bom perfil microbiológico, bem como diminua as perdas durante o processo de ensilagem, otimizando a recuperação de matéria seca e estabilidade aeróbia das silagens mistas. Utilizou-se um delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), composto por cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram representados pela inclusão de palma forrageira na ensilagem do sorgo forrageiro: 0; 25; 50; 75 e 100% de palma forrageira na matéria natural da mistura. Houve efeito quadrático crescente (P < 0,05) nas contagens de bactérias do ácido lácticas (BAL) e recuperação de matéria seca (RMS), com valores máximos estimados nos níveis de 51,8 e 33,5% de palma forrageira na silagem, respectivamente. Observou-se efeito quadrático decrescente (P < 0,05) para perdas por gases (PG), com o menor valor estimado no nível de 37,9% de palma na silagem. Houve efeito linear crescente (P < 0,05) para perdas por efluente (PE), tempo em que as silagens atingiram a temperatura máxima (HTM), estabilidade aeróbia (EA) das silagens e nos teores de extrato etéreo (EE) e carboidrato não fibroso (CNF). Por outro lado, houve efeito linear decrescente (P < 0,05) na contagem de mofos, temperatura máxima da silagem (TM), nos teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e fibra em detergente neutro
(FDN) das silagens mistas. Ao utilizar-se a palma forrageira na confecção de silagens mistas com sorgo, recomenda-se o nível de 50% de palma forrageira, otimizando a recuperação de matéria seca e estabilidade aeróbia, sem afetar o valor nutritivo da silagem. O segundo experimento, teve como objetivo avaliar os efeitos da palma forrageira como aditivo umidificador sobre as características fermentativas, microbiológicas, estabilidade aeróbia, composição química e degradabilidade ruminal in situ da silagem de grão de milho em diferentes tempos de abertura. Utilizou-se um delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 4 × 3 composto por quadro níveis de matéria seca (MS) (50; 60; 70 e 80 % de MS) e três períodos de aberturas (30; 60 e 120 dias após a ensilagem). Houve efeito de interação (P < 0,05) entre os níveis de MS da silagem de grão de milho reidratado com palma forrageira e os períodos de abertura sobre a população de leveduras da
silagem, perdas por efluente (PE), PG, RMS, EA e de níveis de palma sobre as populações de BAL, mofos e leveduras, após o ensaio de EA. A degradabilidade in situ da MS da massa ensilada aumentou após o processo de ensilagem em todos os níveis e períodos de abertura avaliados. Ao utilizar a palma forrageira como aditivo umidificador do grão de milho, recomenda-se o nível de 60% de MS quando o tempo de permanência da massa ensilada no silo for igual ou inferior a 120 dias e 70% de MS quando for 120 dias após a ensilagem. No terceiro
experimento, objetivou-se avaliar as características fermentativas da silagem na forma de ração à base de palma forrageira e torta de algodão e seu efeito sobre o desempenho produtivo e comportamento ingestivo de ovinos em confinamento. O estudo foi dividido em dois ensaios experimentais, ambos distribuídos DIC. O primeiro ensaio experimental avaliou a qualidade fermentativa das silagens na forma de ração (SFR), com cinco repetições por tratamento e o segundo avaliou o desempenho produtivo e comportamento ingestivo dos ovinos, com oito
repetições por tratamento, sendo os tratamentos representados pelas proporções torta de algodão na SFR (0; 20; 25 e 30% de torta de algodão, com base na matéria seca). Observou-se diferença significativa (P < 0,05) entre as SFR para população de leveduras, pH, perda por gases (PG), perda por efluente (PE), recuperação de matéria seca (RMS), consumo de extrato etéreo (CEE), digestibilidade da matéria seca (DMS), matéria orgânica (DMO), proteína bruta (DPB), extrato etéreo (DEE), fibra em detergente neutro (DFDN), carboidrato não fibroso (DCNF), nutrientes digestíveis totais (NDT) e para todas as variáveis de comportamento ingestivo, exceto para as de alimentação. Assim a palma forrageira assegura a qualidade fermentativa e higiênica das silagens na forma de ração, independentemente das proporções de torta de algodão. Portanto, com base no desempenho produtivo e comportamento ingestivo dos ovinos da raça Dorper terminados em confinamento, recomenda-se a silagem na forma de ração com
30% de torta de algodão.