O primeiro capítulo descreve os desafios enfrentados na fase pós-desmame dos leitões, as causas que levaram às proibições do uso de antibióticos como melhoradores de desempenho na produção animal e suas possíveis alternativas de substituição, assim como o modo de ação de alguns fitoquímicos e o potencial da moringa como alternativa natural. O segundo capítulo descreve os resultados para o ensaio antibiograma in vitro com a utilização do óleo de sementes de moringa, o perfil de ácidos graxos e componentes bioativos do óleo. O terceiro capítulo é composto pelos resultados de desempenho, índice de diarreia, rendimento de carcaça e das partes, bem como o rendimento dos órgãos, perfil bioquímico sérico e imunológico dos leitões no final da fase pré-inicial e no final da fase de crescimento, bem como análises histopatológicas do fígado. O óleo de sementes de moringa foi extraído por prensagem a frio mediante prensa hidráulica de 30 toneladas de capacidade, com auxílio de um extrator. O ensaio antibiograma foi realizado pelo método disco-difusão. A identificação de compostos bioativos foi realizada por meio de cromatografia de camada delgada, com a utilização do diclorometano para separação das frações. O doseamento dos componentes fitoquímicos foi realizado por leitura em espectrofotômetro e com a utilização de metanol e clorofórmio como solventes. O perfil de ácidos graxos foi determinado por intermédio de cromatógrafo com detector de ionização de chamas. O teor de energia do óleo foi determinado por bomba calorimétrica. O óleo de moringa não apresentou ação antimicrobiana contra cepas de bactérias gram-negativas S. tiphymurium, S. enteritidis, E. coli, K. pneumoniae e gram-positivas S. aureus. Os ensaios de dosagens de
compostos bioativos do óleo detectaram fitosteróis, sendo o β-sistosterol o principal componente fitoquímico encontrado. O perfil de ácidos graxos apresentou 83,65% de ácido oleico; no entanto, o índice de ácidos graxos poli-insaturados foi baixo (0,196%). O teor de energia bruta do óleo foi 9.948 kcal kg-1. No ensaio de desempenho foram utilizados 48 leitões machos castrados de linhagem comercial proveniente do cruzamento de fêmeas MO25C
Embrapa (Landrace x Large White x Moura) com machos MS115 Embrapa (Pietrain x Large White x Duroc) com média de 25 dias de vida e peso médio inicial de 9,65±0,07 kg. O delineamento foi em blocos ao acaso, com quatro tratamentos, seis repetições e dois animais por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos de uma dieta referência à base de milho e farelo de soja como sendo o controle negativo (CN), uma dieta referência + 0,04 ou 0,3 de antibióticos como controle positivo (CP), uma dieta referência + 0,5% de um blend de ácidos
orgânicos (Nuviacid®) como a dieta teste 1 (AO) e uma dieta referência + 0,5 ou 1% de óleo de sementes de moringa como sendo a dieta teste 2 (OM). O período experimental foi de oito semanas e ao término do ensaio os leitões possuíam 82 dias de idade. O desempenho não foi afetado pelos diferentes aditivos. Os ácidos orgânicos e antibióticos reduziram o índice de diarreia quando comparado ao CN e OM. O rendimento de carcaça não foi alterado pelos tratamentos, mas o rendimento dos cortes teve efeito significativo para barriga + costela (p<0,05), carré (p<0,1) e copa + pescoço (p<0,1), sendo maiores para o AO, CN e OM, respectivamente. O peso absoluto dos órgãos não apresentou diferença significativa entre os tratamentos, exceto o peso dos rins que foi maior para o CN em relação ao OM. Para o rendimento de órgãos o pâncreas apresentou aumento (p<0,1) para o tratamento OM. A
espessura de toucinho, por outro lado, foi maior (p<0,05) para AO quando comparado ao CN e OM. O óleo de moringa não reduz incidência de diarreia. Os ácidos orgânicos, óleo de moringa e antibióticos podem causar alterações hepáticas.