O principal objetivo nesta dissertação é a compreensão do processo de formação da consciência nacional e da identidade brasileira na prosa da escritora Ana Miranda, com ênfase no romance Desmundo (1996). Para tanto, considera-se a relevância do importante conceito pós-moderno de presentificação do passado nos textos literários contemporâneos, e nos modos como esse conceito introduz questões relativas ao processo de construção da nação e da identidade nacional nos romances de metaficção historiográfica. Portanto, apoiando-se numa metodologia bibliográfica, de cunho descritivo-analítica, são apresentadas discussões teórico-metodológicas de estudiosos dos temas da pós-modernidade, da formação da consciência e da identidade nacional, a saber: Hutcheon (1991), Baudrillard (1991; 2001), Jameson (2002; 2006), White (2001), Renan (1997), Anderson (2008), Santos (1997), Guibernau (1997), Bhabha (1997; 1998), Hall (2003), Bauman (2005), dentre outros. Na análise da prosa mirandina, discute-se a formação da nação brasileira e da consciência nacional a partir de sua gênese o Brasil Colônia , que é, em síntese, baseada na transgressão, no preconceito e na discriminação, numa pseudo rigorosa estrutura de classes e no abuso de poder. Examina-se, ainda, a presença paródica do mito fundacional e de origem da nação e da identidade do povo brasileiro, em que se enfatiza a importância do autoconhecimento do indivíduo. Observa-se, em suma, que a protagonista do romance pode ser considerada um modelo de representação desse processo de autoconhecimento.