A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/AIDS é uma doença pandêmica que tem como agente etiológico o Vírus da Imunodeficiência Humana /HIV. O Ministério da Saúde do Brasil tem sido o precursor no planejamento e na realização de atividades ligadas à epidemia da AIDS. As assistências: econômica, médica, psicológica e social é fundamental no tratamento da infecção. Os objetivos desse estudo foram: investigar as consequências do impacto psicológico da revelação do diagnóstico do HIV/AIDS na Qualidade de vida (QV) e avaliar a QV de pacientes com HIV/AIDS. Foi realizada pesquisa instrumental no SAE - Serviço de Assistência Especializada, Ambulatório de Infectologia/HC/UFG, no município de Goiânia-GO, no período de 2012 a 2013, com 100 pacientes. Utilizaram-se os instrumentos: Ficha do Respondente - adaptada, Questionário Sociodemográfico − QSD, Questionário de Aspectos Psicológicos - QAP I − e Questionário WHOQOL - HIV Bref. Os resultados apontaram para a piora emocional, física, social e no domínio da espiritualidade, religião e das crenças pessoais na QV diante do impacto da revelação do diagnóstico de soro reagente. Por outro lado, influenciaram a adoção de novos hábitos: autoconhecimento, desenvolvimento interpessoal, saúde, bem estar, lazer, sexualidade, afetividade e profissionalização. A adesão clínica e o tratamento com antirretrovirais influenciaram na melhoria da avaliação da QV. A maioria dos participantes pertence ao sexo masculino, é homossexual, possui 2º grau completo e se contaminou via relação sexual com homens. Na pesquisa instrumental, constatou-se por parte da maioria o impacto psicológico acentuado, o que provocou susto, medo de morrer, sentimento de morte, tristeza ou ideação suicida. Na avaliação da QV, identificou-se uma piora no domínio físico, à medida que ocorreram perdas físicas e adiantamento da AIDS nos que se auto classificaram como assintomáticos: 15,37%, bom; sintomáticos: 13,70%, regular e portadores da AIDS: 12,00%, regular. Concluiu-se que o impacto do diagnóstico foi acentuado, e os sentimentos de tristeza, desânimo e morte foram os predominantes, provocando mudanças significativas na vida dos participantes, seja para a promoção da saúde ou vinculados à morte e ideação suicida. Houve aumento do mal-estar diante de reações de preconceito, discriminação, negligência, incompreensão, distanciamento e abandono pelos parceiros e parentes. A QV foi influenciada pela condição física e psicológica e pela adesão ao tratamento antirretroviral. Quanto maior o suporte, menor o impacto da revelação. À medida que houve a compreensão e o conhecimento dos fatores de vulnerabilidade ao HIV/AIDS, ocorreram a humanização e a melhoria da QV. Torna-se necessário aprimorar o cuidado de forma a ampliar para além dos aspectos clínicos, facilitar o bem-estar e promover melhores condições de suporte psicológico aos pacientes, na tentativa de minimizar o impacto da revelação do diagnóstico do HIV/AIDS. Recomenda-se a constituição de equipe inter/multidisciplinar e o aprimoramento das existentes, para a atuação com essa clientela e seus familiares, bem como a adequação do espaço físico para o desenvolvimento de tais atividades.