A aquicultura tem se desenvolvido consideravelmente nos últimos 20 anos,
apresentando crescimento anual, superior ao crescimento da indústria pesqueira ligada a
captura. A intensificação do cultivo de peixes eleva a ocorrência de enfermidades, como
aquelas causadas por bactérias. Essas patologias geram perda significativa na produção,
afetando o desempenho zootécnico e econômico do setor. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a resposta imunológica e o Nível de Proteção Relativa (NPR) de uma vacina de
bactéria inativada em juvenis de tilápia-do-nilo desafiados, experimentalmente, com a
bactéria patogênica Streptococcus agalactiae. A pesquisa foi realizada no Instituto de Pesca, na
unidade de São Paulo/SP e na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de
Pirassununga/SP. O delineamento foi inteiramente casualizado, com três tratamentos (C- =
controle negativo; C+ = controle positivo e V = vacinados) e seis repetições. O desafio da
infecção experimental foi realizado por injeção intraperitoneal com S. agalactiae sorotipo III,
de acordo com a DL50 determinada em estudo prévio com a mesma estirpe e animais da
mesma faixa de peso. Ao término do experimento, com duração de 45 dias, foi avaliado o
nível de proteção relativa da formulação vacinal, bem como foram realizadas análises
hematológicas, imunodifusão em gel e recuperação e identificação da bactéria por PCR. Os
dados foram submetidos aos testes de normalidade e homocedasticidade, análise de
variância (ANOVA) e testes de Tukey (α <0,05). Observou-se no grupo dos animais
Vacinados, a taxa de sobrevivência foi de 80% após o desafio com S. agalactiae, enquanto nos
animais dos grupos C- e C+ obteve-se, respectivamente, 100% e 32,5% de sobrevivência. O
nível de proteção relativa da vacina foi de 70,37%, proporcionando boa proteção contra
infecção por S. agalactiae. O grupo vacinado apresentou maior nível de reação entre antígeno
e anticorpo no teste de imunodifusão em gel. As análises hematológicas demonstraram que
houve diferença significativa (p<0,05) entre o grupo vacinado após 28 dias e os demais, para
a taxa de hemoglobina, nas contagens de leucócitos totais e linfócitos. Portanto, a vacinação
foi eficaz para proteção de juvenis de tilápia-do-nilo contra S. agalactiae sorotipo III e deve
ser incentivada como medida profilática na tilapicultura onde ocorre maior incidência dessa
bactéria patogênica, afim de amenizar mortalidades e perdas econômicas.