O objetivo desse trabalho foi avaliar em dois estudos, o potencial probiótico de bactérias isoladas do ambiente marinho e do intestino de Rachycentron canadum e Macrobrachium rosenbergi e verificar sua capacidade de colonização do trato intestinal de robalo-peva (Centropomus parallelus). Estudo I foram utilizados 225 juvenis de robalo-peva (3,08 ± 1 g e 77,7 ± 7,12 mm), distribuídos em 15 tanques de 100 L alimentados duas vezes por dia a 5% da biomassa total, divididos em 3 tratamentos: probiótico desenvolvido (PRO) multicepa (B21CO, B21C, MG, MGO, MB e MBO); controle positivo (C+) com probiótico comercial; e controle negativo (C-) grupo placebo, por um período de 65 dias. A atividade antimicrobiana antagônicas ao patógeno Vibrio parahaemolyticus foram positivas, as cepas bacterianas MBO, MB, B21C e B21CO tiveram os melhores halos inibitórios. Todas as cepas foram resistentes a pH ácido e sais biliares podendo sobreviver ao processo digestivo até atingir o trato intestinal do animal. Todas as cepas foram capazes de se autoagregar, sendo a MG e MGO os melhores resultados de agregação. Foram analisadas bactérias totais e Vibrio spp. no intestino e na água de cultivo e em ambos os resultados não houveram diferenças estatísticas (p<0,05). Estudo II foram 72 juvenis de robalo-peva (15,47 ± 6,59 g e 100,76 ± 10,40 mm), distribuídos em 12 tanques de 100 L (6 peixes/tanque) e divididos em 4 tratamentos: Controle (placebo), MBO (Enterobacter hormaechei), B21CO (Bacillus subtilis) e MBO + B21CO (E. hormaechei + B. subtilis) pelo período de 28 dias. A quantificação dos probióticos no intestino e na água de cultivo foram maiores no T1 (primeira coleta, no 14º dia de cultivo) do que no T2 (coleta final, no 28º dia de cultivo) após a inoculação do patógeno. Os Vibrio spp. tanto no intestino quanto na água de cultivo dos tratamentos com probióticos foram significativamente (p<0,05) menores comparados ao grupo controle. Conclui-se que as cepas E. hormaechei e B. subtilis tem grande potencial no antagonismo in vitro frente ao V. parahaemolyticus. Todas as cepas analisadas sobrevivem as condições do trato gastrointestinal, as cepas E. hormaechei e B. subtilis colonizaram o intestino de robalo-peva (C. parallelus) em 14 dias, e a cepa S. marcenses em 21 dias. Todas as cepas mostraram capacidade efetiva de se autoagregar. Nos testes in vivo as cepas B. subtilis e E. hormaechei foram capazes de reduzir significativamente os Vibrio spp. no intestino e na água de cultivo.