A mastite bovina é uma das doenças mais prevalentes e impactantes na pecuária leiteira em
nível mundial. Trata-se de uma enfermidade de cunho multifatorial, causada por diferentes
microrganismos. Entre estes, as leveduras são agentes incomuns, mas considerados emergentes por diversos pesquisadores. Considerando a importância crescente que estes agentes apresentam na etiologia da mastite nos rebanhos, é de grande relevância determinar o perfil de suscetibilidade dos mesmos aos antimicrobianos, buscando aprofundar o conhecimento da epidemiologia das mastites ocasionadas por estes agentes e de novas alternativas para o seu tratamento e controle. No presente estudo, 56 cepas de leveduras isoladas de casos de mastite em rebanhos bovinos de Minas Gerais foram avaliadas quanto aos perfis de suscetibilidade a antimicrobianos, utilizando-se a técnica de concentração inibitória mínima (CIM). Foram testados os antifúngicos anfotericina B, fluconazol, 5-FC flucitosina, itraconazol, posaconazol, ravuconazol, e voriconazol. Altos níveis de resistência e multirresistência foram observados para os antimicrobianos na população estudada. Os índices globais de resistência verificados foram: anfotericina B (89,28%), itraconazol (76,78%), ravuconazol (67,85%), fluconazol (51,78%), posaconazol (41,07%), fluocitocina (37,5%) e voriconazol (28,57%). Verificou-se que 21,42% dos isolados foram multidroga-resistentes. O estudo aponta a necessidade de permanente monitoramento da resistência entre os agentes micóticos causadores da mastite, a fim de mitigar o problema da resistência e suas implicações na saúde coletiva.