Este estudo avaliou a eficiência da tecnologia de bioflocos (BFT) para juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum), alimentados com diferentes níveis de proteína na ração e taxas de arraçoamento, sendo apresentados em três capítulos. Nos Capítulo 1 e 2, os peixes (9,20 ± 0,22 g) foram distribuídos aleatoriamente num delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x3 inteiramente casualizado, para avaliar dois sistemas de produção a BFT e Água Clara (AC–controle, sem BFT) e três níveis de proteínas bruta (PB) (24, 28 e 32%) em triplicata, durante 60 dias. No Capítulo 1, o objetivo foi definir o melhor nível de proteína na dieta para o tambaqui, tendo como indicadores as variáveis de desempenho zootécnico, atividade enzimática, composição proximal dos peixes e dos bioflocos. Os peixes da BFT apresentaram melhor índice zootécnico, com 100% de sobrevivência. Sem diferenças significativas na composição proximal dos peixes e dos bioflocos. A tripsina foi a única enzima digestiva que apresentou diferença na atividade enzimática, com maiores valores na BFT. No entanto, os níveis de PB na ração não apresentaram diferenças no desempenho dos peixes, independente do sistema. Assim, os resultados sugerem a utilização de 24% de PB na ração em ambos os sistemas avaliados. No Capítulo 2, foi avaliado o efeito de diferentes níveis de PB na ração de tambaqui, criados em sistema BFT e AC, sob a qualidade de água e parâmetros imunofisiológicos de tambaquis. Os resultados das variáveis físicas e químicas da água mostraram valores de pH e nitrito significativamente menores no BFT, enquanto condutividade elétrica, nitrato, turbidez, sólidos sedimentáveis e suspensos totais foram maiores e adequados para a espécie. Os resultados imunofisiológicos não apresentaram alteração na fisiologia dos peixes, no entanto, os peixes em BFT apresentaram maior número de monócitos e trombócitos, maior valor da atividade respiratória dos leucócitos e glutationa (GSH) e menor malondialdeído (MDA), o que sugere homeostase fisiológica dos peixes. O sistema BFT proporcionou manutenção da qualidade da água e peixes mais saudáveis. No Capítulo 3, o objetivo foi definir a melhor taxa de arraçoamento para tambaqui em BFT. Para isso, os peixes (15,65 ± 0,11 g) foram distribuídos aleatoriamente num delineamento inteiramente casualizado com 5 taxas de arraçoamento (1,2, 4, 6 e 8% da biomassa.unidades experimentais-1) na BFT, em triplicata, durante 60 dias. Os peixes alimentados com 4, 6 e 8%, não diferiram entre si, contudo apresentaram melhores índices zootécnicos do que 1 e 2%. Apenas o índice de gordura visceral, apresentou o menor valor nos tratamentos 1 e 2% e os lipídeos apresentaram maiores valores nos tratamentos 4, 6 e 8%. Os parâmetros sanguíneos não apresentaram diferenças entre os tratamentos. Os resultados sugerem que a BFT permite a redução da taxa de arraçoamento para 4% da biomassa dos peixes, mantendo a homeostase fisiológica dos animais e a qualidade da água. Assim, com os resultados obtidos nestes três capítulos, pode-se concluir que a BFT é eficiente na redução do nível de proteína na raçãoem até 24 % de PB, sem comprometer a homeostase dos peixes e a qualidade da água do sistema, melhora seu sistema imunológico, e reduz a taxa de arraçoamento para 4% da biomassa para juvenis de tambaquis.