O mercado da carne ovina no país cresce a cada ano e sempre com alto valor agregado, porém existem poucos trabalhos que focam em descrição e análises patológicas de lesões encontradas ao abate de ovinos para orientar os profissionais quanto ao diagnóstico final e destinação adequada de tecidos e carcaças com alterações. Considerando esse déficit de informações, o objetivo desse trabalho é caracterizar macro e microscopicamente as lesões em amostras teciduais coletadas em abate de ovinos em um frigorífico no Sul de Minas Gerais e, se possível, identificar as doenças associadas a essas lesões, além de correlacionar os achados com dados publicados sobre doenças de ovinos no país, e, principalmente, na Região Sudeste, em que a ovinocultura é uma atividade relativamente nova. Foram coletadas amostras com alterações macroscópicas de diversos tecidos e órgãos de carcaças ovinas de um abatedouro com Sistema de Inspeção Federal no Sul de Minas Gerais. A inspeção de carcaças ovinas seguiu o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. As amostras foram coletadas por fiscais federais, fixadas em formol 10% e encaminhadas ao Setor de Patologia Veterinária do Departamento de Medicina Veterinária, Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária, da Universidade Federal de Lavras no período de julho a outubro de 2019, para avaliação macroscópica, processamento histopatológico e análise microscópica. Foram avaliadas 283 amostras de alterações de ovinos oriundos de 21 municípios do estado de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Quanto a sexo e idade dos animais, predominaram machos menores de um ano. Das 283 amostras, os três principais órgãos encaminhados foram pulmão, linfonodo e fígado. Os diagnósticos histopatológicos mais frequentes foram broncopneumonia crônica (34,76%), linfadenite caseosa (24,39%), granuloma eosinofílico (16,77%) e cisticercose pela forma larval de Taenia hydatigena (7,93% dos diagnósticos). A caracterização macro e microscópica das alterações encontradas na linha de abate é importante como subsídio para os profissionais que atuam na linha de inspeção, pois permitem diminuir riscos de equívoco diagnóstico, descarte errôneo e, consequentemente, prejuízos financeiros para frigoríficos e produtores.