O objetivo desse trabalho foi identificar a composição química dos óleos essenciais
9 (OLES) de Mentha piperita, Melaleuca alternifolia, Baccharis trimera e Citrus
10 bergamia; identificar a susceptibilidade antimicrobiana de 15 antibióticos
11 comercializados no Brasil; determinar a atividade antimicrobiana destes OLES frente
12 a isolados de cepas bacterianas de S. aureus, E. coli e S. enteritidis; testar a
13 susceptibilidade bacteriana de sorovares de Salmonella spp frente ao óleo essencial
14 de M. piperita; estudar o efeito do uso dos OLES de M. piperita e M. alternifolia sobre
15 o microbioma intestinal de codornas de corte, avaliar morfometria e a histologia do
16 epitélio intestinal; avaliar o desempenho zootécnico, as características de rendimento
17 e qualidade de carne de codornas de corte submetidas à suplementação dietética com
18 como alternativas aos antimicrobianos melhoradores de desempenho. Neste sentido,
19 foram realizados 5 estudos. No primeiro estudo, foi realizado levantamento
20 bibliográfico utilizadas as palavras-chave: “eubióticos”, “fitobióticos”, “óleos
21 essenciais”, “extratos fitogênicos”, frango de corte e suas correspondentes em inglês.
22 Após comparações de diversos parâmetros sobre o uso ou não uso de fitogênicos,
23 verificou-se que a substituição dos antibióticos pelos fitogênicos pode ser considerado
24 positiva para o desempenho, histomorfologia da parede intestinal, perfil bioquímico do
25 sangue, característica de carcaça e número de bactérias encontradas no intestino. No
26 segundo estudo foram identificados os compostos químicos dos OLES de M. piperita,
27 M. alternifolia, B. trimera e C. bergamia, e foi avaliada a ação antimicrobiana destes
28 OLES e de 15 antibióticos comercializados no Brasil, sobre cepas de E. coli, S. aureus
29 e S. enteritidis. Os compostos majoritários de M. piperita, M. alternifolia, B. trimera e
30 C. bergamia, foram respectivamente: mentol (45%); terpinen-4-ol (42,5%) e acetato
31 de carquejila (62,9%), acetato de linalila (40,6%). Para E. coli a concentração inibitória
32 mínima (CIM) observada foi 6,25; 25; 50 e 12,5, para S. aureus, a CIM observada foi
33 3,12; 6,25; 50 e 12,5; para S. enteritidis a CIM observada foi 6,25;12,5; 12,5 e 25
34 mg/mL para M. piperita; M. alternifolia; B. trimera; C. bergamia, respectivamente. Para
35 E. coli a CBM observada foi 6,25; 25; 50 e 12,5, para S. aureus a CBM observada foi
36 12,50; 50; 50; 50, para S. enteritidis a concentração bactericida minima (CBM)
37 observada foi 6,25;12,5; 12,5 e 25 mg/mL para M. piperita; M. alternifolia; B. trimera;
38 C. bergamia, respectivamente. 80% dos antibióticos testados apresentaram eficiência,
39 20% apresentaram eficiência intermediária e nenhum se apresentou resistente contra
40 a cepa de S. enteritidis. Para E. coli, 66,67% dos antibióticos testados apresentaram
41 eficiência, 13,33% apresentaram eficiência intermediária e 20% foram resistentes.
42 Para S. aureus, 40% dos antibióticos testados apresentaram eficiência, 33,33%
43 apresentaram eficiência intermediária e 26,67% foram resistentes. No terceiro estudo,
44 foi analisada a susceptibilidade bacteriana de Salmonella spp., compreendendo oito
45 sorovares; sendo determinada a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e a
46 Concentração Bactericida Mínima (CBM) do óleo essencial de M. piperita. A
47 susceptibilidade aos antibióticos (antibiograma) foi determinada pelo método de disco-
48 difusão em ágar Mueller-Hinton. A atividade antimicrobiana do óleo essencial foi
49 avaliada pela determinação da CIM e pela CBM. 50% dos sorovares de Salmonella
50 apresentaram resistência à 66,66% dos antibióticos utilizados. Verificou-se que 62,5%2
51 dos sorovares sofreram efeito bacteriostático e 37,5% dos sorovares sofreram efeito
52 bactericida à concentração de 1,56 mg/mL de óleo essencial de M. piperita. No quarto
53 estudo, foi analisado o efeito do uso dos OLES de M. piperita e M. alternifolia sobre
54 morfometria e o microbioma intestinal de codornas de corte, sob condições normais
55 de alimentação. Para o estudo da morfometria intestinal foi utilizado o delineamento
56 inteiramente ao acaso, em esquema fatorial: quatro rações experimentais x três
57 segmentos do intestino (4x3), com cinco repetições. Para o estudo do microbioma foi
58 utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC), sendo 4 tratamentos
59 (controle, bacitracina de zinco e OLES de M. piperita e M. alternifolia), com 8
60 repetições de 7 aves totalizando 224 aves na fase de 1 a 42 dias. O uso de M.
61 alternifolia (50 mg/kg de ração) na dieta das codornas de corte promoveu melhores
62 resultados para morfometria intestinal se equivalendo ao uso de Bacitracina de zinco.
63 O uso de M. piperita e M. alternifolia alterou o microbioma gastrointestinal das
64 codornas de corte de forma negativa em relação às bactérias patogênicas, mas
65 reduziu a diversidade bacteriana patogênica em relação ao controle. No quinto estudo,
66 com este estudo objetivou-se avaliar o efeito do uso dos OLES de M. piperita e M.
67 alternifolia sobre desempenho, qualidade da carne e lipidemia de codornas de corte.
68 Para o estudo do desempemho e qualidade da carne foi utilizado DIC sendo 4
69 tratamentos com 8 repetições de 7 aves. Para o estudo da lipidemia utilizou-se o DIC
70 em esquema fatorial: 4x2, sendo quatro tratamentos (Controle, Bacitracina de zinco,
71 M. piperita e M. alternifolia), e duas condições de coleta (com e sem jejum de 12
72 horas), com oito repetições, sendo uma ave por repetição. O uso de aditivos
73 fitogênicos à base de OLES de M. piperita e M. alternifolia na dieta de codornas de
74 corte, pode proporcionar desempenhos zootécnicos, rendimentos de carcaça quente
75 e resfriada, pesos relativos dos orgãos, bem como características de qualidade da
76 carne comparáveis ao uso de antibióticos promotores de crescimento. A Bacitracina
77 de zinco e os OLES de M. piperita e M. alternifolia não alteraram o nível sérico de
78 colesterol total, triglicerideos e o peso das aves. Houve redução no HDL nas aves
79 tratadas com Bacitracina de zinco e com os OLES de M. piperita e M. alternifolia, em
80 8,12; 16,52 e 3,36% respectivamente. O uso da Bacitracina de zinco, M. piperita e M.
81 alternifolia associado às diferentes condições de coleta não aumentaram os valores
82 séricos de LDL e VLDL. Os coeficientes de variação da condição “após 12 horas de
83 jejum” apresentaram-se 86% inferiores à condição “sem jejum”.