O objetivo do experimento foi avaliar quatro estratégias alimentares envolvendo o fornecimento de coprodutos fibrosos para vacas em lactação. Vinte vacas holandesas (180 ± 51 dias em lactação, 8 primíparas) em delineamento experimental do tipo Quadrado Latino 4 × 4 (períodos de 21 dias) foram alimentadas de acordo com a combinação de duas estratégias alimentares em arranjo fatorial 2 x 2 de tratamentos. As estratégias foram: 1) Alimentos concentrados: substituição parcial de farelo de glúten de milho úmido (GF) por combinação iso-proteica de polpa cítrica e grãos de destilaria secos com coprodutos da fermentação de leveduras (CD); e 2) Forragens: substituição parcial de silagem de planta inteira de milho (CS) por quantidade iso-matéria seca (MS) de resíduo fibroso da espiga de milho (CO). O objetivo foi obter dietas com 20 e 5% da MS composta por GF e CO, com 50% de substituição de CS por CO. A concentração de fibra fisicamente efetiva (peFDN>8) foi reduzida de 21,8% da MS nas dietas CS para 19,2% da MS nas dietas CO, e a peFDN>8 foi 20,7% da MS nas dietas GF e de 20,2% da MS nas dietas CD. O amido das dietas variou de 21,0 à 23,5% da MS. A significância estatística foi considerada quando P ≤ 0,05 e tendências quando 0,05 < P ≤ 0,10. O tratamento CS-CD resultou na maior produção de leite corrigido para 4% de gordura (28,5 kg/dia) e energia (30,0 kg/dia) em comparação as demais dietas. O teor de gordura no leite foi reduzido nas dietas CO relativamente as dietas CS. Os animais alimentados com CO tiveram maior consumo de MS (CMS) (20,2 vs. 21,2 kg/dia) e menor eficiência alimentar do que os animais que consumiram as dietas CS. As dietas CO reduziram o consumo de peFDN>8 (kg/dia) e o consumo de peFDN>8, FDN de forragem e de FDN total como % do peso corporal relativo as dietas CS. As dietas CO reduziram a duração da refeição média, a duração da maior refeição, e o comportamento de ruminação e mastigação (min/dia e min/kg de CMS). A digestibilidade do amido no trato total foi menor nas dietas CO do que nas dietas CS, mas o consumo de amido digestível foi maior nas dietas CO do que nas dietas CS. A dieta CO-GF resultou na menor digestibilidade da FDN. As dietas GF reduziram a produção de leite (29,6 vs. 30,8 kg/dia), tenderam a reduzir o CMS (20,4 vs. 21,0 kg/dia) e reduziram o consumo de matéria orgânica digestível. O tipo de concentrado não afetou o consumo de peFDN>8 e a eficiência alimentar. A frequência de alimentação aumentou e a duração da refeição média e o tamanho e a duração da maior refeição foram reduzidos nas dietas GF em relação as dietas CD. As dietas GF resultaram no aumento da ruminação (min/dia, min/kg de CMS e min/kg de consumo de peFDN>8). O consumo de amido digestível tendeu a aumentar nas dietas GF. A produção microbiana no rúmen não foi afetada pelas dietas. A regulação do consumo por FDN longa ocorreu nas dietas com teoricamente baixa inclusão de forragem em resposta a alteração na fonte de forragem e o consumo de amido digestível aparentemente esteve envolvido na regulação do consumo e no comportamento alimentar quando o tipo de concentrado foi alterado em dietas contendo similar proporção de forragem. Todas as estratégias nutricionais avaliadas foram nutricionalmente viáveis, mesmo com as dietas CS tendendo a aumentar o lucro subre o custo alimentar relativamente as dietas CO, sem efeito do tipo de concentrado no lucro por vaca.