Esta dissertação traz a inovação, com ênfase na tecnológica, para o debate ético e
filosófico. A inovação é um tema que tem estado cada vez mais presente na nossa
sociedade, com impactos crescentes, seja no plano social, econômico, político e ético.
O texto se propõe a dissecar a maioria dos aspectos relevantes envolvidos em torno
da inovação, do novo, da ação de inovar, contrapondo sempre perspectivas positivas e
negativas, de forma a abrir o caminho para reflexão, desmistificando o senso comum que
tenta associar um valor positivo intrínseco ao ato de inovar.
No início é apresentado o papel desempenhado pela inovação no mundo dos
negócios e na sociedade em geral e como ela é percebida por estes atores. Em seguida, o
texto tenta explorar a gênesis dessa palavra e seus diversos significados, para em seguida
contrapô-los as questões e conceitos relativos à identidade, aos hábitos e como a inovação
poderia ofender alguns valores morais considerados positivos pela sociedade, como a
fidelidade por exemplo. A inovação está sempre aberta ao devir, ao fluxo interminável do
deixar de ser, o que a coloca em confronto com padrões sociais, identitários e com alguns
valores morais. De certa forma, o texto expõe uma ambiguidade para a inovação, onde ao
mesmo tempo ela pode ser vista como positiva ou negativa pela sociedade.
Em seguida, é proposto como a inovação poderia ser intrinsicamente aliada a uma
ética imanente, tendo a criatividade como elo de ligação entre a inovação e os nossos
afetos. Por fim, a dissertação mostra como a inovação aplicada à tecnologia e à
biotecnologia está transformando o mundo numa velocidade gigantesca, promovendo
grandes questões éticas em torno do conflito de papeis entre máquinas versus homem e
entre o homem atual e o transumano. Dado o potencial de mercado que alavanca a
inovação tecnológica numa velocidade incrível, como nós iremos enfrentar todos os
efeitos colaterais, potencialmente danosos, para a nossa sociedade?