Dois experimentos com fêmeas mestiças (predominância de sangue Nelore) sob pastejo durante o período das águas foram conduzidos com o objetivo de avaliar o efeito da inclusão de monensina em suplementos proteico e mineral sobre o desempenho produtivo, consumo de pasto, consumo de matéria seca e digestibilidade dos nutrientes, bem como identificar alterações no comportamento ingestivo de novilhas, o conforto térmico e sua relação com o comportamento ingestivo em pastejo através do Índice de Estresse Térmico para Bovinos (IETB). A área experimental consistiu em 7 hectares de Brachiaria brizantha cv. Marandu para pastejo em lotação continua, localizada em Rondonópolis-MT. Nos dois experimentos, adotou-se esquema fatorial 2x2 e delineamento inteiramente casualizado. O primeiro experimento foi realizado de dezembro de 2015 a março de 2016. Os tratamentos consistiram em dois suplementos proteicos (alto e baixo consumo) e a inclusão ou não de monensina. Avaliou-se o desempenho produtivo e o consumo e digestibilidade dos nutrientes. Utilizou-se 40 novilhas com peso médio inicial de 213,8±4,5 kg. Não houve diferença (P>0,05) no desempenho dos animais entre os tratamentos, com ganho médio diário de 0,588 kg.animal.dia-1. Não houve interação (P<0,05) entre a monensina sódica e os suplementos para as variáveis de consumo e digestibilidade, exceto para digestibilidade da proteína bruta (PB). Houve igualdade no consumo de matéria seca (MS) entre os tratamentos (± 2% do peso corporal dos animais). Todavia, ocorreu redução (P<0,05) no consumo de pasto com o suplemento de alto consumo, evidenciando-se efeito substitutivo. Não houve efeito dos tratamentos sobre os parâmetros de digestibilidade (P>0,05), mas observou-se maior digestibilidade da PB (P<0,05) quando da associação da monensina ao proteico de baixo consumo. Conclui-se que a monensina não melhora o desempenho de novilhas em pastejo consumindo suplementos proteicos de alto e baixo consumo, sendo dispensável o seu uso. O segundo experimento foi realizado de dezembro de 2016 a março de 2017. Os tratamentos consistiram de dois suplementos (mineral e proteico) e inclusão ou não de monensina. Utilizou-se 40 novilhas com idade e peso médio inicial de 9 meses e 159,2±1,3 kg, respectivamente. Não houve interação (P>0,05) entre o tipo de suplemento e a monensina e não houve efeito (P>0,05) do tipo de suplemento sobre o desempenho dos animais. Todavia, a monensina promoveu maior (P<0,05) ganho de peso dos animais (±107g.animal.dia-1). Houve interação (P<0,05) entre suplemento e adição de monensina sobre as atividades comportamentais, exceto para tempo de ócio. Houve igualdade no tempo médio de pastejo (455 minutos) de animais que receberam suplemento mineral, independente da inclusão de monensina. A inclusão de monensina no suplemento proteico reduziu (P<0,05) o tempo de pastejo em 45 minutos. O valor do IETB influenciou (P<0,05) as atividades de comportamento ingestivo e o aumento deste índice reduziu o tempo de pastejo em todos os tratamentos. A monensina melhora o ganho de peso dos animais em pastejo de forrageiras tropicais em manejo de lotação contínua. Recomenda-se a adição de monensina em suplementos para bovinos em pastejo.