A revisão bibliográfica apresenta base para o conhecimento teórico e prático da forma com
que as pastagens brasileiras têm sido manejadas, as respostas em relação à produtividade e
qualidade de forragem, nível de produção animal e a contribuição no estoque de carbono no
solo. O artigo I teve o objetivo de avaliar o efeito das taxas de lotação animal no estoque de
carbono, na estrutura do pasto e na produtividade animal em pastos de capim-marandu
manejado sob lotação contínua no bioma Cerrado. O artigo II objetivou-se o efeito das taxas
de lotação animal no estoque de carbono, na estrutura, produtividade e valor nutricional do
pasto e na produtividade animal em pastos de capim-marandu manejado sob lotação contínua
no bioma Cerrado. Ambos os experimentos, os tratamentos foram as diferentes taxas de
lotações de 0,8; 1,6; 2,4 e 3,2 UA ha-1
, e três repetições, cada piquete possuía 0,5 ha,
totalizando uma área de 6 ha. No primeiro artigo o experimento foi de outubro de 2017 a
março de 2018 e no segundo artigo foi de outubro de 2018 a março de 2019. Os animais
utilizados no primeiro ano foram 30 novilhas e no segundo ano 30 novilhos, ambos de recria e
com peso de entrada de aproximadamente 200 kg de peso vivo. Os pastos foram formados
pela Brachiaria brizantha cv. Marandu e receberam nos dois anos de avaliação adubação
nitrogenada de 150 kg de N ha-1
ano-1
. No primeiro experimento as novilhas receberam
suplementação proteica energética comercial com 24% de PB e 70% de NDT recomendada
para bovinos em fase de crescimento e engorda com consumo de 0,3 % do peso vivo. A maior
produção de massa verde média observada foi com 0,8 UA ha-1
(14554,16 kg ha-1
). As médias
de massa seca total foram de 5861,98; 4584,57; 4638,88 e 3185,67 kg MS ha-1
nos pastos com
0,8; 1,6; 2,4 e 3,2 UA ha-1
, respectivamente. Foram observadas médias de ganho médio diário
por área passando de 1,206 para 3,660 kg ha-1
dia-1
e GPT por área de 213,52 para 647,80 kg
ha
-1
nas taxas de lotação de 0,8 para 3,2 UA ha-1
. Em abril de 2018, os pastos com taxas de
lotações distintas apresentaram estoques de carbono orgânico total e associado aos minerais
superiores aos observados na área de vegetação nativa (21,71 e 15,62 t ha-1
, respectivamente).
Realizar o manejo de pastejo sob lotação contínua entre 1,6 e 2,4 UA ha-1
de novilhas
encontra-se equilíbrio de produção de forragem, ganho médio diário e por área de peso vivo
recebendo suplemento proteico energético e adubação de manutenção de 150 kg de N ha-1
ano-1
. No artigo II, o experimento foram novilhos e receberam suplementação proteica
energética comercial com 20% de PB e 75% de NDT recomendada para bovinos em fase de
terminação com consumo de 0,7% do peso vivo. Foi observado efeito quadrático para a massa
verde, com ponto mínimo de 6538,79 kg ha-1
com 2,4 UA ha-1
. Efeito linear decrescente foi
observado para massa seca total de folha, a maior foi com 0,8 UA ha-1
com 1369,46 kg ha-1
.
Houve aumento no teor de proteína bruta da folha de 5,10% para 7,81% e de 5,28 para
11,99% de outubro a dezembro e de janeiro a março, nas taxas de lotações de de 0,8 para 3,2
UA ha-1
. Os ganhos passaram de 0,867 para 0,657 kg dia-1
de 0,8 para 3,2 UA ha-1
. O maior
ganho peso total individual (150,83 kg) foi no pasto com 0,8 UA ha-1
e diminuiu (114,25 kg)
com 3,2 UA ha-1
. O carbono orgânico total (29,94 g kg-1
), particulado (4,65 g kg-1
) e
associado aos minerais (25,29 g kg-1
) foram superiores na vegetação nativa comparada as
demais áreas. A produção em quantidade e qualidade do capim-marandu manejado sob
lotação contínua de 2,4 a 3,2 UA ha-1
na estação chuvosa refletiu em melhor desempenho
animal tanto individual quanto por área sem prejudicar a planta