Foram realizados três experimentos. Nos experimentos I e II foram avaliadas as características
morfogênicas e estruturais, massa de forragem, composição química-bromatológica e
digestibilidade in vitro em diferentes intervalos de corte e no experimento III a ensilagem em
diferentes intervalos de corte aditivadas com glicerina bruta. Nos experimentos I (cultivar
Mombaça) e II (cultivar BRS Zuri) avaliaram–se quatro intervalos de corte 49, 63, 77 e 91
dias, com quatro repetições, em dois anos agrícola (2015-2016 e 2016-2017), no período das
águas (outubro a abril). No experimento I, na cv. Mombaça, houve efeito das idades de corte
sobre as características estruturais e morfogênicas, exceto para o número de folhas vivas (4,35
folhas perfilho-1
), comprimento final de folha (72,94 cm) no ano de 2015-2016. Com o avanço
das idades de corte, houve aumento linear no acúmulo de forragem e na porcentagem de
colmo, no entanto, o inverso foi observado para a porcentagem de folha e a relação folha
colmo-1
. Independente do ano de avaliação, os teores de MS, FDA e Lignina apresentaram
efeito linear crescente, no entanto não houve efeito sobre os teores de FDN. Houve efeito
linear decrescente das idades de corte sobres os teores de proteína bruta e digestibilidade in
vitro. Considerando a taxa de aparecimento de folha, taxa de alongamento do colmo e relação
folha colmo-1
, a idade de corte recomendado para o capim-mombaça é de 49 a 63 dias, pois
permite o maior acúmulo de forragem e valor nutricional durante o período das águas. No
experimento II, na cultivar BRS Zuri, houve efeito dos intervalos de corte sobre as
características estruturais e morfogênicas, exceto para a taxa de aparecimento foliar (0,09
folhas perfilho-1
dia) e filocrono (11,03 nº dias.folha-1
perfilho
-1
) no ano de 2016 e taxa de
alongamento de colmo (0,21 cm perfilho-1
dia) e duração de vida de folhas (62,17 dias) no
ano 2017. A massa de forragem e a porcentagem de colmo aumentaram com o avanço do
intervalo de corte, no entanto, diminuíram a porcentagem de folha e relação folha: colmo. Os
teores de matéria seca no ano de 2015-2016 e 2016-2017 apresentaram efeito quadrático, com
mínima de 261,68 g kg-1
aos 52 dias e 275,76 g kg-1
aos 59 dias, respectivamente. As
concentrações de FDN, FDA, fibra em detergente ácido e lignina aumentaram linearmente,
enquanto que os teores de proteína bruta e digestibilidade in vitro da MS diminuiram com o
aumento no intervalo de corte. O intervalo de corte do capim BRS Zuri é de 49 e 63 dias
visando otimizar a massa de forragem e o valor nutricional da forragem produzida no período
das águas. No artigo III, objetivou-se avaliar o efeito da inclusão de glicerina bruta sobre a
qualidade da silagem de Panicum maximum cv. BRS Zuri e Mombaça em diferentes
intervalos de corte. Foram conduzidos dois ensaios (cv. BRS Zuri e cv. Mombaça)
experimentais. Foram avaliados os parâmetros de fermentação, perdas, composição químicabromatologica e digestibilidade in vitro. O delineamento experimental utilizado foi
inteiramente casualisado, em esquema fatorial 3x3, com três intervalo de corte (65, 80 e 95
dias) e três níveis de glicerina bruta (0, 20 e 40 g kg-1
na matéria natural), com quatro
repetições por tratamento. Nas silagens de BRS Zuri houve interação intervalos de corte x
glicerina bruta. Os menores valores de pH (dentro dos padrões recomendados) e perdas por
gases foram nas silagens aos 80 e 95 dias e 20 e 40g kg-1
de glicerina bruta. A inclusão de
glicerina e idade de corte aumentou os teores de MS. Nas silagens de cv. Mombaça houve
interação glicerina bruta x intervalos de corte. O menor valor de pH, média de 4,12, foram aos
80 dias com a inclusão de glicerina bruta. Os maiores teores de MS, média de 277,71 g kg-1
foram nas silagens com a inclusão de 40g kg-1
de glicerina bruta aos 95 dias. A inclusão de
glicerina bruta de 20 g kg-1
na ensilagem dos capins aos 80 dias contribuiu na redução das
perdas no processo fermentativo e proporcionou melhorias no valor nutritivo da silagem.