A tilápia-do-nilo Oreochromis niloticus é a principal espécie criada em tanques-rede dentro de reservatórios de água doce brasileiros. Ainda, é hospedeiro de parasitos Monogenea, que sob condições de cultivo intensivo, podem levar à mortalidade dos peixes gerando perdas econômicas. Fatores bióticos e abióticos são capazes de impactar nos níveis de parasitismo por Monogenea. Entretanto, os relatos em zonas tropicais são escassos e muitas vezes conflitantes. Dessa forma, o estudo dos índices parasitológicos faz-se necessário como ferramenta importante para o estabelecimento de estratégias de manejo e controle sanitário. O objetivo deste estudo foi observar como fatores abióticos e bióticos de uma região tropical influenciam nos índices de parasitismo por Monogenea em brânquias de tilápia-do-nilo Oreochromis niloticus cultivada em tanque-rede. Um total de 220 tilápias foram coletadas e analisadas, sendo 20 animais de cada estágio ontogenético para cada estação do ano, perfazendo-se 60 juvenis (8,67 ± 1,30 cm; 23,85 ± 10,29 g), 80 intermediários (18,73 ± 2,61 cm; 247,89 ± 110,67 g) e 80 adultos (22,84 ± 2,01 cm; 436,49 ± 124,63 g). Os peixes foram coletados em uma piscicultura comercial localizada na represa de Capivara, região do baixo rio Paranapanema, Paraná, Brasil, nos meses de abril, agosto, novembro e fevereiro. Foram coletados e identificados 3290 parasitos Monogenea, de seis espécies distintas, nas brânquias dos animais analisados, sendo as mais prevalentes: Cichlidogyrus halli, C. thurstonae, Scutogyrus longicornis, C. cirratus, C. sclerosus e C. tilapiae, respectivamente. Os maiores índices parasitológicos foram observados nas estações mais frias e com menor pluviosidade. O outono (com uma pluviosidade total de 8,9 mm) teve os maiores valores dos índices parasitários: prevalência de 81,7%, intensidade média de infecção de 48,0 ± 53,34, abundância média de 39,20 ± 51,63 e foi significativamente diferente (p < 0,05) das demais estações do ano, considerando o total de parasitos Monogenea e também para cada espécie. Uma correlação negativa (r = -0,278680) foi registrada entre os parasitos, as estações do ano e a pluviosidade. Com relação à ontogenia, correlação positiva (r = 0,287442) foi estabelecida entre o parasitismo por Monogenea e o estágio ontogenético, com os adultos apresentando uma carga parasitária maior, tanto para o total de Monogenea quanto para cada espécie. Conclui-se que a precipitação pluviométrica em conjunto com a temperatura influencia no parasitismo por Monogenea em tilápia-do-nilo, assim como a ontogenia também é capaz de causar essa interferência. Com os resultados obtidos, é possível estabelecer estratégias de manejo e controle sanitário adequados em pisciculturas, a fim de prever os períodos de alta taxa de infestação por Monogenea.