Objetivou-se com este trabalho determinar os tempos de sedação, indução e
recuperação anestésica a associação do propofol em 2 diferentes concentrações com o
cloridrato de lidocaína na anestesia inalatória em peixe ornamental Oscar (Astronotus
ocellatus) e execução da avaliação eletrorretinográfica. Foram formados três grupos
(GPL2.5, GPL5.0, anestesiados com 2,5 e 5.0 microgramas por mililitro de propofol a
1%, respectivamente e 50 microgramas por mililitros de cloridrato de lidocaína sem
vasoconstrictor a 2%, e o Grupo Eugenol, controle, contendo 80 miligramas por litro de
eugenol). Após a mensuração dos tempos, em segundos, e planos de sedação e anestesia
os pacientes foram recondicionados a um tanque de recuperação e mensurados os
tempos e características do retorno anestésico, até a totalidade dos movimentos das
nadadeiras e retorno ao movimento natural. Após a determinação do tratamento com a
melhor resposta, foram realizados exames de eletrorretinografia de campo total. Foram
observadas uma redução significativa dos tempos para obtenção dos planos anestésicos
a partir da sedação profunda (p<0,001) no grupo GPL 5.0 em relação ao GE e GPL 2.5.
Para a anestesia leve também só foi observada uma redução significativa (p<0,0001) no
grupo GPL 5.0 (137,00 segundos) em comparação com o Eugenol (366,80 segundos) e
GPL 2.5 (292,30 segundos). Já para a anestesia profunda e cirúrgica, o eugenol diferiu
significativamente (p<0,001) em comparação com o GPL 2.5 e GPL 5.0. Quando
comparado entre GPL 2.5 e GPL 5.0 não foi observada diferença significante. Por sua
vez quando avaliado o tempo, em segundos, para recuperar o equilíbrio, foi observada
diferença significativa (p<0,0001) entre o GE e GPL 5.0. Quanto a frequência opercular
durante os estágios anestésicos, houve diferenças estatísticas nos grupos expostos à
associação proposta em ambas as concentrações. Portanto a associação propofol com
lidocaína se mostrou eficaz na anestesia do Astronotus ocellatus, sendo que a
concentração utilizada no GPL5.0 atingiu os planos em menor tempo, contudo
promoveu um tempo de recuperação maior. O protocolo utilizado para o ERG foi
suficiente para obtenção dos traçados eletrorretinográficos fotópicos de campo total com
definição das ondas “a” e “b”, podendo ser utilizado como protocolo de estudo em
ciclídeos.