Objetivou-se avaliar os aspectos epidemiológicos e a distribuição espacial dos casos de
linfoma canino na Região Metropolitana do Recife-PE, Brasil, bem como realizar uma busca
ativa de artigos em bases de acesso livre, sobre a mesma temática. Foram analisados os dados
epidemiológicos de 178 cães, sendo 89 casos e 89 controles. Para a busca ativa dos artigos
foram utilizadas as bases de dados PubMed, SciELO e Scopus e selecionados os artigos,
atendendo aos critérios de inclusão e exclusão, que versassem sobre os aspectos
epidemiológicos associados ao linfoma canino. Na análise dos fatores de risco foram
consideradas informações relacionadas ao contato com carcinógenos, alimentação e moradia
do animal. Os fatores de risco identificados consistiram em contato com humanos em
quimioterapia/radioterapia (OR=13,54; p=0,014), alimentação mista (OR=5,59; p=0,000),
contato do animal com tintas e solventes (OR=5,08; p=0,014), moradia próxima a avenida ou
rua movimentada (OR=4,86; p=0,000) e alimentação caseira (OR=2,44; p=0,014). O maior
número de casos de linfoma foi verificado na região sul do município de Recife, bem como na
região norte de Olinda. Em relação a busca ativa, na triagem inicial foram selecionados pelo
título 38 artigos, após a leitura do resumo este total foi reduzido a seis. Com base nos
resultados obtidos conclui-se que a ocorrência de linfomas caninos diagnosticados na Região
Metropolitana do Recife está intimamente relacionada a exposição de carcinógenos
ambientais e que o levantamento e a análise dos artigos possibilitou detectar a escassez de
estudos direcionados aos aspectos epidemiológicos dos linfomas caninos, de forma mais
aprofundada, principalmente a ausência de estudos sobre os principais fatores de risco
relacionados a neoplasia, que possui uma dinâmica fortemente associada ao meio ambiente. O
problema se agrava quando se tratam das regiões norte e nordeste. Deste modo, o
investimento em estudos epidemiológicos torna-se essencial, pois se estabelecendo os fatores
de risco para neoplasia em questão pode-se direcionar ações na promoção da saúde animal e
humana.