O Brasil se destaca mundialmente na produção do café. A produção nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espirito Santo representa mais de três quartos do total do país. A cafeicultura de precisão se apresenta como abordagem eficaz para manter e aumentar a produtividade no país aumentando também a competitividade dos produtores. O sensoriamento remoto e as Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) são tecnologias para melhorar a gestão na cafeicultura, favorecendo redução de uso de insumos e de passivos ambientais, e elevando a lucratividade e qualidade do produto. Nesse sentido, objetivou-se com este trabalho avaliar por meio de imagens multiespectrais de alta resolução, obtidas por ARP e índices de vegetação (IV) a eficácia de dois diferentes tipos de manejo implementados no cafeeiro. O estudo foi realizado na Fazenda Samambaia em Santo Antônio do Amparo, MG, onde foram adotadas duas diferentes práticas agrícolas e que foram confrontadas com áreas separadas como controle, referente aos manejos predominantes nas demais lavouras da propriedade: aplicação de calcário em profundidade (entre 0,60 m e 0,80 m) vs. aplicação de calcário na projeção da copa do cafeeiro; plantio com mudas produzidas em tubete vs. plantio com mudas produzidas em saquinho de polietileno multifuros. Para essa avaliação foram realizados voos bimestrais com ARP com posterior processamento das imagens obtidas e medições de altura, diâmetro de copa e teor de clorofila das plantas no campo. Os resultados dos IVs foram comparados com as demais medições de campo, de forma temporal gráfica e por meio de análises de correlação. Foram desenvolvidos também modelos lineares para predição do parâmetro biofísico melhor correlacionado com os IVs. Além disso, para o estudo de plantio de mudas produzidas em tubetes vs. saquinhos, avaliou-se o percentual de falhas decorrente do não pegamento das mudas. Como resultado do estudo relativo à aplicação de calcário em profundidade, foi constatado diferença significativa apenas para o teor de clorofila, com maior valor médio na área onde o manejo foi realizado (clorofila total de 86,04 μg/cm² contra 83,87 μg/cm²). Já no estudo envolvendo diferentes recipientes (tubetes vs. saquinhos multifuros) não houve diferença significativa entre as características avaliadas. No entanto, na avaliação de falhas, constatou-se que a área implantada com mudas produzidas em saquinhos multifuros apresentou resultados significativamente menores (6,4% de falha contra 11,7% para os tubetes). A maioria dos índices obtiveram alta correlação com os parâmetros de campo com exceção para o teor de clorofila, com destaque para o GNDVI, NDVI, GCI e área do dossel vetorizada (cm²). Os dois últimos obtiveram para ambos os experimentos valores próximos de 0,90 com o Índice de Área Foliar (IAF). Foi possível desenvolver modelos lineares para a predição de parâmetros biofísicos como o IAF em função do GCI para ambos os manejos estudados, com valores de R² acima de 0,75. A ARP se mostrou uma ferramenta eficaz para monitorar o cafeeiro e avaliar práticas de manejo.