O objetivo do primeiro trabalho foi avaliar o efeito das categorias nulíparas, primíparas
e multíparas sobre a taxas de manifestação de estro e de prenhez de fêmeas tratadas
com GnRH no momento da inseminação artificial em tempo-fixo (IATF). Foram
utilizadas matrizes da raça Nelore alocadas por categoria, compreendendo 144
nulíparas, 132 primíparas e 255 multíparas. As matrizes foram submetidas a um
protocolo de IATF. Para identificar a manifestação de estro, no oitavo dia do protocolo,
a região sacrococcígea foi pintada e no dia da inseminação artificial, a ausência da
tinta indicava o estro. As fêmeas que não manifestaram estro foram tratadas com 10µg
de GnRH. A taxas de manifestação de estro e prenhez foram analisadas por um
modelo de regressão logística. A taxa de manifestação de estro foi inferior (P = 0.006)
na categoria das primíparas (61,36%) em comparação com as nulíparas (76,39%) e
as multíparas (75,69%). As taxas de prenhez entre as categorias foram semelhantes,
tanto para as que manifestaram estro (nulíparas 84,54%, primíparas 86,42% e
multíparas 80,31%; P = 0.398) quanto para as que não manifestaram estro (nulíparas
41,18%, primíparas 56,86% e multíparas 58,06%; P = 0.244), inclusive a taxa de
prenhez total (nulíparas 74,3%, primíparas 75% e multíparas 74,9%; P = 0.989). As
primíparas apresentaram menor taxa de manifestação de estro e não houve diferença
da taxa de prenhez entre as categorias. No segundo trabalho para compreender
melhor a relação da contagem de folículos antrais (CFA) e o desempenho reprodutivo,
foram realizados dois experimentos. No primeiro, o objetivo foi avaliar a repetibilidade
da CFA nos dias do protocolo de indução de ovulação, enquanto no segundo foi
comparar a dinâmica e hemodinâmica ovariana de vacas com baixa e alta CFA. Para
avaliar a repetibilidade da CFA, 20 vacas foram submetidas à sincronização de
ovulação e avaliação da CFA por ultrassonografia diariamente. Para comparar
dinâmica folicular de fêmeas de alta e baixa CFA, a CFA de 80 vacas da raça
Holandesa foi aferida e destas selecionadas 9 fêmeas para o grupo de baixa (≤ 15
folículos) e 9 para o grupo de alta (≥ 25 folículos). A dinâmica folicular foi
acompanhada diariamente por ultrassonografia nos modos B e Doppler, durante os
dias do protocolo e onze dias após a ovulação, para avaliar o corpo lúteo (CL). Para
determinar a constância da CFA realizou-se o cálculo de repetibilidade. Para os dados
da dinâmica, as variáveis paramétricas foram analisadas pelo teste T. Adotou-se
significância quando p ≤ 0,1. A repetibilidade da CFA nos diferentes dias do protocolo
foi de 0.98. Os animais de baixa CFA demonstraram maior diâmetro do folículo préovulatório (FO) (16,09 x 15,00mm; P = 0.059), maior área de vascularização do FO
(17,36 x 8,16mm2
; P = 0.005), maior área de CL (579,10 x 405,80mm2
; P = 0.0001) e
maior área de perfusão sanguínea do CL (97,16 x 68,30 mm2
; P = 0.021). A CFA tem
alta repetibilidade nos diferentes dias do protocolo e as vacas de baixa CFA
demonstraram FOs e CLs maiores e com maior perfusão sanguínea.