O objetivo desse trabalho foi testar a produtividade e o valor nutricional dos consórcios de gramineas e leguminosas nos diferentes metodos de conservacão: silagem, feno e pré-secado. O experimento foi dividido em três ensaios: 1) Aspectos agronômicos, composição química e digestibilidade de forragem provenientes do consórcio de milho com crotalária, 2) Parâmetros fermentativos e composição química das silagens mistas, provenientes de consórcios entre milho e espécies de crotalária, e 3) Produtividade de biomassa e valor nutritivo de silagens pré-secadas e fenos provenientes de consórcios entre capim Tamani e leguminosas. Nos ensaios 1 e 2, os tratamentos consistiram no consórcio de mil ho + Crotalária juncea; milho + Crotalária ochroleuca; milho solteiro, semeados em dois arranjos espaciais A1 (milho e leguminosa semeados na mesma linha) e A2 (milho e leguminosa semeados em linhas alternadas). Já no ensaio 3, os tratamentos testados foram: capim Tamani solteiro (TA), capim TA + Crotalaria ochroleuca (TA+Co), capim TA + Soja (TA+So) e capim TA + feijão-caupi (TA+FC) e capim TA+ feijão-guandu (TA+FG), conservados por meio da fenação e ensilagem pré-seca. No ensaio 1, a maior
produção total de massa seca foi encontrada no consórcio CCO (11.140 kg/ha), no segundo ano. Já a maior produção de massa seca de milho (9.402 kg/ha) foi encontrada para o CSC. A maior produção total de matéria seca de leguminosa foi encontrada no consórcio CCJ. Quanto à composição química, os maiores teores de proteína bruta foram verificados no CCJ e CCO. Os menores teores de fibra em detergente ácido foram encontrados nos consórcios de CSC e CCO, os quais refletiram diretamente nos coeficientes de digestibilidade “in vitro” da matéria seca. Já no ensaio 2, a menor perda por gases foi observada nas silagens produzidas no primeiro ano com o CCJ e o CCO
(11,6 g/kg MS para ambos). Os menores valores de pH foram verificados na silagem dos tratamentos CSC e CCJ (3,46 e 3,44, respectivamente) no segundo ano. Para o nitrogênio amoniacal (N-NH3), as menores concentrações foram observadas para CSC e CCO (120,7 e 138 g/kg NT, respectivamente). Maiores teores de ácido lático e de proteína bruta foram obtidos na silagem produzida com o CCJ, nos dois anos de avaliação. Foram observados menores teores de fibra em detergente ácido na silagem dos tratamentos CSC e CCO, no arranjo espacial A2. Os maiores coeficientes de digestibilidade “in vitro” da matéria seca foram observados nas silagens oriundas do CSC e do CCO (820,6 e 798,0 g/kg MS, respectivamente). Por fim, no ensaio 3, não foram observadas diferenças na produção
total de biomassa entre os consócios testados e o monocultivo do capim TA. Na comparação entre os diferentes consórcios, os tratamentos TA+FC e TA+So apresentaram a maior participação de leguminosas na mistura, resultando em silagens e fenos com maiores teores de proteína bruta e coeficientes de DIVMS. Não foram observadas diferenças entre na composição química das silagens pré-secadas e dos fenos produzidos, sendo identificado melhores coeficientes de DIVMS para as silagens pré-secadas em comparação aos fenos. Conclui-se no ensaio 1, que a C. ochroleuca, semeada na entre linha da cultura do milho, possui maior produtividade de massa, aliada ao melhor valor nutricional entre os consórcios testados. Já no ensaio 2, conclui-se que o consórcio de milho com C. ochroleuca na entre linha aliou o aumento do teor de proteína bruta com a qualidade fermentativa e nutricional das silagens produzidas. O plantio de ambas as leguminosas na mesma linha do milho influenciaram negativamente as características fermentativas e nutricionais das silagens, não sendo indicada a sua utilização. Para o ensaio 3, conclui-se que o uso de leguminosa, especialmente feijão Caupi e a soja, em consórcio com o capim Tamani melhora o valor nutritivo das forragens conservadas sem causar prejuízo na produtividade de biomassa.